A realidade da vida transcende toda essa polarização política de esquerda-direita que vemos em nosso país. A origem política advém do próprio ser humano, pois para existir a organização e a boa administração de cidades, estados e países é necessário um agente político detentor de um cargo eletivo e que pode ou não usar da ciência política para o bem social. Tudo o que fazemos ou deixamos de fazer se restringe à pólis. Se formos de fato pensar no dia a dia humano, entenderemos que viver é um ato político.
Nesse entendimento, a política é estrutural e estruturante de nosso viver social. De tal forma que não podemos ser ignorantes da política visto que as mudanças sociais ocorrem em todas as instâncias, somente pela via política. Ou seja, não adianta você ser um cidadão apolítico ou que não gosta de política. Pois independente do seu envolvimento, ela vai gerir a cidade e definir o futuro. Quer ver? O problema de ambientes públicos não acessíveis, segurança pública, a baixa qualidade da educação, a má gestão da pandemia, o buraco na rua, a elevação dos preços nos supermercados e até a alta do dólar. Essas e outras questões de grande significância em nosso viver diário, só podem ser destinados por meio da política. E disso não podemos fugir.
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Então, você deve estar lendo este artigo e pensando. Ok! Mas porque falar da essencialidade da política se o título deste artigo nos informa que ela não é tudo? Te digo, porque temos que levar em conta que a política não traduz toda a realidade. Clodovis Boff, grande teólogo da libertação, afirma sempre que “tudo é política, mas a política não é tudo”. Quando li sobre isso entendi melhor como lidar com minhas frustrações em relação aos personagens políticos, ou seja, pessoas que estavam na política, mas não são a definição da política.
Há realidades e dimensões da vida que transcendem o âmbito político. Compreendendo isso, posso dizer aos amigos que não fui mordida pelo “bichinho da política”, que mais faz o cidadão ficar bitolado, pscicótico, monotemático e chato do que fazer bem à sociedade e ao futuro do país.
A vida é muito mais que a política. Há coisas belas na arte, na música, na filosofia, na religião, na literatura, nos esportes e no cotidiano, que não necessariamente, possuem um viés político. Não é necessário estar alienado ao assunto, tampouco neutralidade cívica (o que nem sei se é possível), mas um olhar para realidades que estão para além da política.
O que podemos encontrar no outro lado do horizonte político é o infinito. E o que é infinito dá significado e senso de propósito para as nossas vidas e nos permite contemplar o bom, o belo e o verdadeiro. Dessa forma podemos experimentar uma ideia da política que está além do entendimento superficial que temos dela. No qual comparamos com pessoas e gestões ineficientes quando deveríamos pensar nela como algo simples e perscrutarmos a essência da palavra. Com essa visão é possível, sim, acreditar na política, no infinito que ela é, tendo em vista que a realidade se encontra além do que vivenciamos diariamente através dela.
Por fim, quero dizer que a política é você. Sou eu. Todos nós. Ato democrático de acreditar que não estamos limitados aos agentes políticos e sim aos nossos sonhos de viver com maior qualidade de vida e ter um futuro onde todos podemos sonhar e ter a certeza de conquistar. Seja você, diariamente, a mudança que o Brasil precisa.
Alguns trechos são de autoria de Rodolfo Capler.
Este texto foi que foi assinado por Rebeca Romero pertence a mim. Foi publicado na site da Revista Veja, no dia 19 de julho de 2021. Apesar de ter algumas pequenas modificações e de constar que a data de publicação foi 02/07/2001. Posso provar pelo sistema de checagem da Revista Veja que anta do dia 19/07/21 tal conteúdo não havia sido publicado. Por favor, retirem o texto ou, mencionem o autor.
Olá Rodolfo, obrigado por informar. O texto foi atualizado para apontar sua autoria, caso tenha o link para a publicação nos informe para adicionar. A editora responsável pela publicação foi informada a respeito.