Anápolis, hoje, é reconhecida nacionalmente e até internacionalmente, pelo trabalho de lideranças e instituições religiosas. E tudo começou lá atrás
A história de Anápolis não tem como ser contada, sem o traço da religiosidade. Mesmo porque, segundo os historiadores, tudo começou com uma passagem conhecida por todos que remete a Ana das Dores, que havia saído de Jaraguá com destino à então sede da capital da Província, Cidade de Goiás.
No caminho, um dos animais da tropa, que carregava uma imagem de Santana, empacou. Esse acontecimento- para alguns, uma lenda- foi interpretado como um sinal de que a Santa queria permanecer no local.
Maria das Dores incumbiu o filho, Gomes de Souza Ramos, construir uma capela. Indo mais além, ele juntou fazendeiros da região, que doaram glebas de terra, onde nasceria, pouco tempo depois, a Freguesia de Santana.
No livro “Anápolis, assim se passaram 100 anos”, do escritor e jornalista Hélio Rocha, publicado em 2007, no ano de comemoração do centenário da cidade, consta que o primeiro capelão foi o padre Francisco Inácio da Luz. Isso, nos idos de 1871. Quatro anos depois, ou seja, em 1875, foi criada a Paróquia de Santana.
Na mesma publicação, consta ainda que a Diocese de Anápolis foi instituída pela Bula Pontifícia “De Animarum Utilitate”, do Papa Paulo VI, proclamada em 11 de outubro de 1966. A instalação, entretanto, data de 10 de dezembro de 1966, portanto, já próximo de completar 56 anos de história.
Um dos pioneiros na instalação da Diocese foi o Dom Epaminondas José de Araújo. Ele teve como sucessor Dom Manuel Pestana, que deitou também um grande legado no seu bispado em Anápolis. E, atualmente, a Diocese tem à frente o bispo Dom João Wilk e o bispo auxiliar, Dom Dilmo Franco.
A Diocese de Anápolis é constituída atualmente por 19 municípios. São 12 municípios são localizados na Micro-Região do Mato Grosso Goiano: Anápolis, Nova Veneza, Damolândia, Goianápolis, Jaraguá, Nerópolis, Ouro Verde, Petrolina, Santa Rosa de Goiás, São Francisco de Goiás, Jesúpolis. E 6 municípios são localizados na Micro-Região do Planalto: Abadiânia, Alexânia, Corumbá de Goiás, Pirenópolis, Cocalzinho de Goiás e Vila Propício.
Presença evangélica
Notória também é a presença evangélica em Anápolis, que conforme o livro “Anápolis, assim se passaram 100 anos”, iniciou por volta do início da década de 1920, tendo, então, dois personagens importantes: Carlos Pereira Magalhães e James Fanstone.
Carlos Magalhães constituiu em Anápolis, uma sede da Igreja Presbiteriana Independente. Junto da mulher e a filha Cecília, fundaram uma escola que foi o embrião do Colégio Couto Magalhães, hoje ligado à Associação Educativa Evangélica (AEE), instituição também com um histórico importante para o Município, na religião, na educação e na assistência social.
James Fanstone e sua esposa Ethel Marguerite Fanstone, que era conhecida como dona Daisy, vieram da Inglaterra e por aqui iniciaram um trabalho missionário dentro da religião evangélica, realizando pequenos cultos na pequena casa onde oravam, na Rua Desembargador Jayme.
Mais tarde, James Fanstone adquiriu um outro imóvel para funcionar como igreja, ao passo em que era edificado o Hospital Evagélico Goiano (HEG).
O livro “Personalidades”, o jornalista e escritor Nilton Pereira narra que a partir da década de 1940, foi notório o crescimento do protestantismo em Anápolis, com a abertura do trabalho das denominações Presbiteriana, Batista, Evangelho Quadrangular, Metodista, Cristã Evangélica, Assembleia de Deus e outras.
Como vultos históricos desse trabalho, são cotados alguns nomes na publicação, dentre eles: Arinesto de Oliveira Pinto, Pedro de Oliveira Brasil, Abílio da Silva Coelho, pastor Antônio Alves Carneiro, reverendo Aristeu de Oliveira Pires.
Espíritas
Ainda no livro “Personalidades”, consta que o espiritismo tem também um marco significativo na vida da cidade, seja no campo da doutrina, seja na área social. Conforme a publicação, por volta de 1915 chegou em Anápolis a primeira família espírita, liderada por Joaquim Firmo de Velasco.
O primeiro trabalho organizado foi o Centro São Vicente de Paulo. Posteriormente, vieram outros, destacando-se o trabalho de dona Olívia Pereira, esposa do ex-intendente Dr. Adalberto Pereira da Silva. Pelo trabalho do casal, surgiu a Maternidade Dr. Adalberto Pereira da Silva.
Consta, ainda, que nos anos 50, foi instalado em Anápolis o trabalho da Fraternidade Eclética Espiritualista Universal, que desde então funciona ininterruptamente num prédio de arquitetura peculiar, na Avenida Goiás.