Segunda mais importante cidade do Estado de Goiás e pioneira em diferentes aspectos socioeconômicos e culturais, é referência em progresso e desenvolvimento
Quando Anápolis começou a tomar forma de cidade, no início do século passado, Goiás já tinha várias comunidades com expressiva importância no cenário nacional.
Eram municípios que se solidificaram em diferentes aspectos, principalmente o econômico, com destaque para a extração de minerais preciosos (ouro, diamante, etc.) e na produção de alimentos. Grandes lavouras e grandes rebanhos de gado bovino faziam do Estado uma importante unidade da Federação.
Assim sendo, comunidades como Cidade de Goiás (antiga capital); Cavalcante; Pirenópolis; Catalão; Niquelândia; Luziânia; Silvânia; Jaraguá, Formosa e Sítio D’Abadia, dentre outras, já existiam desde o Século 19.
Isso, entretanto, não impediu que Anápolis se sobressaísse e se impusesse, em pouco tempo, como vanguardeira da produtividade e do desenvolvimento no Centro Oeste.
Para tanto, uma série de fatores agregados e, com uma sequência lógica, fez com que os olhos do Brasil, quase que automaticamente, se voltassem para uma comunidade, a princípio, igual às outras, mas que, logo se destacou imponentemente, devido a coincidências, ou não, que apontaram para a performance e o status crescente de uma comunidade evolutiva. Assim é Anápolis.
Motivo e objeto de muitas histórias e estórias, o Município experimentou, ao longo das décadas, um processo evolutivo impressionante, a ponto de estar, hoje, entre as 50 mais importantes comunidades brasileiras, num universo de mais de cinco mil municípios.
A economia de Anápolis, em que pese “acidentes de percurso” originados de crises locais, regionais e. até, internacionais, segue um processo ascendente que impressiona a todo o Brasil. Conhecida, inicialmente, como “ponto de encontro” de viajantes, ou tropeiros, que cortavam o interior do País ao percorrerem rotas econômicas de transporte de bens e serviços (sal, açúcar, tecidos e outros produtos de primeira necessidade) no lombo de animais, ou, em carros de boi, até grandes boiadeiros na condução de rebanhos com destino aos centros consumidores do Leste e do Sul brasileiros.
E, coincidentemente, ou não, esses viajantes passaram a escolher a região de Anápolis como ponto para pouso, descanso e reposição de suas estruturas, a fim de seguirem viagem. Só, que, isto se transformou em costume.
Muitos dos que aportavam por Anápolis, desistiram de seguir viagem e resolveram se instalar nas terras férteis e promissoras, com água de boa qualidade, clima extremamente convidativo e outras vantagens não observadas ao longo de suas rotas.
Os solteiros se casaram com moças da região. Os casados trouxeram suas famílias e a comunidade só evoluiu. Nascia, então, a cidade que nunca iria parar de crescer.
Ciclos produtivos
Nos anos 30, o Governo Federal reiniciou o projeto de interiorização das ferrovias, com o objetivo de se ligarem o litoral brasileiro e o centro do País, iniciativa econômica para se viabilizar o suprimento das grandes cidades e a ocupação territorial tida como estratégia necessária.
Foi assim que, em 1935 era inaugurado, oficialmente, o ramal entre Leopoldo de Bulhões e Anápolis, o que estabeleceu um divisor econômico e histórico da região. Depois da chegada do “trem de ferro”, o Município se transformou. Por ser “ponta de linha” já que o projeto de se levar a ferrovia até o Vale do Araguaia não prosperou, Anápolis passou a ser referência para todo o transporte pesado, uma vez que por não contar com transporte fluvial e as estradas, ainda não serem muito confiáveis, tudo vinha e tudo ia em cima dos vagões.
E, esta logística foi extremamente importante para a chegada de grande parte dos produtos para a construção de Goiânia (metais, louças, material elétrico, medicamentos, tecidos, etc.), na década de 40 e de Brasília, na década de 60.
Anápolis fervilhava com o intenso movimento de cargas. O que era descarregado dos vagões, em Anápolis, era recarregado em caminhões para Goiânia (década e 40) e Brasília (década de 60).
Na década de 40, com a decretação do Estado Novo (Governo Getúlio Vargas) foi ativado o que se convencionou chamar “Marcha Para o Oeste”, parafraseando o que ocorreu nos Estados Unidos no século 18.
O projeto-mor sinalizava para a abertura de rodovias rumo a Goiás e Mato Grosso. Anápolis se inseriu nisso e as estradas com melhor qualidade não demoraram a surgir. Era, por assim dizer, o embrião da proposta para uma política logística de transportes entre o Centro Oeste e o litoral.
Esta evolução atingiu, também, o mercado de manufaturados, principalmente a produção de alimentos. Surgiram dezenas de grandes cerealistas e grandes atacadistas.
Praticamente todo o arroz oriundo do Norte do Estado e do Maranhão, era beneficiado em Anápolis. O material de construção (telhas, tijolos, manilhas etc.) para a edificação das duas citadas capitais, procedia das inúmeras cerâmicas instaladas em Anápolis.
Foi uma das “épocas de ouro” para a economia anapolina. Além disso, milhares de trabalhadores recrutados em Anápolis foram atuar nesses dois projetos.
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Revolução dos anos 70
O processo evolutivo de Anápolis, deslanchado entre os anos 40 e 60, estabeleceu o fundamento socioeconômico de toda uma região. A fundação de Brasília foi fundamental para que isto ocorresse.
O consumo, cada vez maior, de víveres e gêneros de primeira necessidade aumentou espantosamente e o principal mercado fornecedor para os brasilienses era Anápolis.
Houve uma explosão nas vendas, o que fortaleceu, sobremaneira, a economia anapolina. Ao lado disso, começou a pavimentação da BR 153 (Belém Brasília), o que facilitou, mais ainda, o intercâmbio econômico de Anápolis com o antigo Médio Norte Goiano e, consequentemente o Norte do Estado (ainda não havia sido criado o Estado do Tocantins) e o Norte do País.
Além do mais, o Município recebeu dois gigantescos projetos: um estadual, que foi a criação do DAIA (Distrito Agro Industrial) e um federal, a implantação da Base Aérea de Anápolis, que deram ampla visibilidade ao município e solidificaram, para sempre, a importância da Cidade como um todo.
Estes projetos ancoraram outros avanços, como o surgimento de escolas de nível superior (UniEVANGÉLICA); UEG (Universidade Estadual de Goiás); grandes laboratórios farmacêuticos; centena de indústrias, inclusive uma montadora de automóveis (CAOA/Cherry) e incontáveis outras iniciativas que mantêm Anápolis em posição de destaque no cenário nacional.
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