Nem o fenômeno covid-19 foi capaz de diminuir o número de desastres envolvendo motociclistas no Brasil
Um terço das pessoas que morrem no trânsito brasileiro por acidentes todos anos são jovens motociclistas, com idades até 35 anos. Dos 40 mil mortos no trânsito, 33,4% têm esse perfil, de acordo com o Ministério da Saúde. Isso sem contar os milhares que ficam com sua capacidade intelectual ou motora afetada. Estima-se que 72% dos casos de batidas no trânsito que chegaram aos prontos socorros dos hospitais envolvam motociclistas, um possível reflexo do aumento da movimentação dos serviços de entrega no período.
Entretanto, o mais preocupante é que além de serem mais numerosos, os acidentes com motos são os casos que possuem maior gravidade também. Para os médicos o primeiro atendimento é essencial para avaliar o trauma como um todo. Nessa primeira etapa é possível ganhar tempo, identificar as lesões e realizar o procedimento adequado o quanto antes. Mas o mais importante é tentar evitar estes acidentes, por isso a necessidade da conscientização de todos.
Os entregadores
Um estudo realizado pela Statista, empresa especializada em dados de mercado e consumidores, destacou um aumento na porcentagem de usuários de aplicativos de entrega de comida no Brasil. Cerca de 47% dos proprietários de smartphones usaram este tipo de programa em 2017. Em 2020 e 2021, esse percentual já passa de 80%. O crescimento do delivery que aparece nos números e também nas ruas, demonstra uma movimentação de motociclistas que não parou ao longo da pandemia.
Umidade do ar tem leve melhora para o fim de semana
E com a possível retomada da circulação nas cidades nos próximos meses, cresce também o alerta para redobrar os cuidados com todos os tipos de acidentes e traumas, visto que eles têm impacto direto nas demandas dos hospitais SUS, que são referências nesse tipo de atendimento. O pedido para a conscientização da população é geral nesse momento em que o sistema de saúde como um todo ainda sofre com a sobrecarga. São casos de urgência e emergência que chegam pelo pronto socorro e são atendidos de forma 100% SUS para todos os pacientes. “E é graças a esse trabalho e a quem dá apoio para a manutenção desse atendimento que tantas vidas são salvas”, reforça o diretor do Hospital Universitário Cajuru, de Curitiba, Juliano Gasparetto. (Nilton Pereira, com agências).