Em respeito ao atual momento da pandemia, a família optou
por um velório rápido e discreto, mas marcado por muita emoção
O número limitado de pessoas, imposto pela atual situação da pandemia, não representou, durante o velório e sepultamento, a comoção social pela morte de Adhemar Santillo. A grande maioria das homenagens e manifestações de pesar se deu pelas redes sociais e através da Rádio Manchester, onde o político manteve seu programa por décadas. No Cemitério Parque, apenas a família e cerca de outras 20 pessoas que lhe eram próximas.
Entre elas, o presidente da Câmara Municipal de Anápolis, Leandro Ribeiro. Ele lamentou a passagem de Adhemar e lembrou sua contribuição política não só para a cidade, mas para o Brasil. “Como Deputado Federal, participou ativamente na elaboração da atual Constituição Federal”, disse. O ex-vereador Wesley Silva também falou sobre a influência da família Santillo em sua trajetória política. “Era meu timoneiro, sempre com sua presença inspiradora”, declarou.
Antes do sepultamento, que ocorreu às 10h00, houve um momento de oração. No caixão, Adhemar apresentava um semblante abatido, de quem lutou pela vida até o último momento. Para lembrar sua vitalidade, a família colocou ao lado, uma foto dele, mais jovem, cheio de força, que é como gostaria que fosse lembrado.
“Todos o conhecem e sabem o grande homem que foi… tudo que fez pela cidade… e é essa a marca que ele deixa para nós. Um homem bom, que teve adversários, mas nunca fez inimigos”, disse a mulher Onaide Santillo. O filho, Cláudio, afirmou que esse momento não simbolizava a morte de Adhemar porque por onde se passa na cidade existem obras que ele fez, coisas que ele ajudou a construir. “A justiça social estava no sangue dele”, disse emocionado.
Amigo da família, o jornalista e presidente da APAE ANÁPOLIS, Vander Lúcio Barbosa, esteve presente o tempo todo, desde quando se registrou o mal súbido no início da tarde do domingo . Ele relembrou episódios importantes da vida pública de Adhemar, como o socorro aos romeiros, no trágico acidente com um ónibus em São Paulo, o Projeto Dom Bosco, coisas de que até hoje a população se recorda. “Iniciou sua vida política como líder estudantil nos tempos da ditadura; chefe de gabinete do irmão Henrique Santillo quando este foi prefeito de Anápolis; foi deputado estadual; secretário de Estado da Educação; duas vezes prefeito de Anápolis, duas vezes deputado federal, um marcante radialista, além de um grande exemplo de pai de família e homem pobro, de conduta irrepreensível”, disse Vander.
Aos 81 anos, Adhemar Santillo havia se recuperado da Covid-19 contraída em setembro. Inclusive voltou a fazer seu programa de rádio diariamente pela manhã e sua rotina de exercícios físicos. Mas, sentiu um mal repentino no último fim de semana, sendo imediatamente hospitalizado. Nesta terça-feira, três horas depois de receber boas notícias sobre sua recuperação, o público foi surpreendido com o anúncio da morte, causada por uma embolia pulmonar.