Há exatamente 18 anos não eram criadas notas de outros valores no Brasil – a última foi a de R$ 20. Mas, na sexta-feira passada, dia 29 de julho, o Banco Central anunciou que vai lançar a cédula de R$ 200 e que ela deve começar a circular ainda este mês. A nova cédula, que já foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional, terá um lobo guará estampado e será cinza. Só que, além da estética, há outra discursão que tem gerado muita curiosidade e dúvidas na população.
Bom, você sabe qual é o real motivo para essa mudança tão repentina? Não? Calma, eu explico. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central, de fevereiro a junho deste ano, o Papel Moeda em Poder do Público (PMPP) saltou 28,9%, ou seja, de R$ 210,277 bilhões para R$ 270,899 bilhões. Uma marca histórica, já que foi o maior valor registrado pelo Banco Central, desde quando começaram os registros, em 2001.
Na prática isso significa que, nesse período, as pessoas optaram por usar mais dinheiro vivo do que cartão. Imagino que você deve estar se perguntando o motivo disso ter acontecido em plena pandemia que tem gerado muitas inseguranças econômicas para o nosso país. Mas, por incrível que pareça, a resposta para essa pergunta é mais simples do que você imagina.
Basicamente, o aumento do papel moeda nas mãos do público nos últimos meses aconteceu pela procura da população pelo Auxílio Emergencial mensal de R$ 600, disponibilizado pelo Governo Federal. Além disso, a pandemia fez mais pessoas sacarem dinheiro para guardar em casa e houve menor circulação de dinheiro no comércio.
Como consequência, a procura pelas cédulas em papel aumentou, fazendo com que as casas de impressão ao redor do mundo produzissem mais notas e moedas em menos tempo. E, no dia 22 de julho deste ano, o Ministério da Economia confirmou que o Banco Central solicitou um reforço de R$ 437,9 milhões.
O motivo está explicado, mas o que você precisa saber agora e se a nota de R$ 200 vai aumentar a inflação. Isso acontece porque, com mais notas circulando, a moeda é desvalorizada e o valor de produtos e serviços aumenta, enquanto o poder de compra da população cai.
Mas, calma! Apesar de ser comum, hoje, a inflação no Brasil está relativamente baixa e estável. A medida também garante que não haja falta de dinheiro em circulação e antecipa uma demanda futura. Ou seja, a nota de R$ 200 não deve causar um grande impacto na nossa economia – pelo menos não a curto prazo. Portanto, o jeito é ficar calmo e aguardar as cenas dos próximos capítulos.