Uma das equipes mais tradicionais do estado trabalha para retornar aos tempos áureos de outrora
Embora o Anápolis Futebol Clube não tenha mais calendário oficial para o restante de 2021, seja para a equipe profissional ou as categorias de base, o clube já articula seu próximo passo. E, aparentemente, será um dos grandes. É notório que o título goiano conquistado pelo Grêmio Anápolis, tido como 3ª força da cidade, vai impulsionar movimentos mais pretensiosos dos já tradicionais Galo e Anapolina.
Na última sexta, dia 25, uma reunião foi realizada no CT do Galo da Comarca. O objetivo? Arquitetar as possíveis novas ações para trazerem um futebol competitivo e rentável ao clube. Na edição de 2021 do Goianão, o Anápolis ficou pelas quartas de final diante do Vila, perdendo no agregado dos dois jogos por 6 a 1.
Participaram da reunião o presidente executivo do clube Marlon Caiado, o diretor de futebol Wellington Carlos (Carlinho Capilati) e o secretário municipal de esportes Karin Abrão. Além do trio, estiveram presentes os empresários Fábio Ricardo Brusco, David Marcelo e José Rodrigues. Os dois primeiros já contam com experiências pelas bases do futebol paulista, principalmente com o Paulínia Futebol Clube, equipe que revelou o volante Fabinho, do Liverpool e da Seleção Brasileira.
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O foco durante a conversa foi, unicamente, as categorias de base do Anápolis, que mesmo sem competições oficiais da Federação Goiana de Futebol vem disputando torneios amadores nos moldes de escolinha. O primeiro passo, aos olhos dos empresários, é tornar o Galo da Comarca um clube-formador em território nacional, como outras 33 equipes do país.
A princípio, são necessárias duas etapas para um clube vir a se tornar clube formador: estar filiado à sua federação estadual e, por consequência, à Confederação Brasileira de Futebol e possuir o Certificado de Clube Formador (CCF) emitido pela própria CBF. Os benefícios são muitos com a aquisição do certificado, como o direito de assinar o primeiro contrato profissional do atleta da base (geralmente aos 16 anos), a garantia legal para evitar aliciamento de outros times e o recebimento dos valores de formação caso o jogador se opunha ao vínculo ou caso ele se vincule com outra equipe sem autorização do formador, dentre outros pontos.
O outro passo não depende apenas do Galo da Comarca, mas sim do crivo da Câmara dos Deputados. Trata-se do Projeto de Lei 5516/2019, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (DEM). A proposta viabilizaria que os clubes se tornassem Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs), oferecendo benefícios fiscais, parcelamento de débitos com redução de multa e completa isenção de encargos legais, possibilidade de recuperação judicial e um regime especial de administração e pagamento de débitos trabalhistas. Um modelo semelhante ao aplicado pelo Bragantino, após ser adquirido pela empresa austríaca Red Bull, e ao que o Botafogo começa a aplicar.
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No entanto, mesmo que a proposta não avance, não seria um grande empecilho para o avanço do projeto que vem sendo formulado pelo Anápolis, já que o objetivo primordial é o primeiro passo envolvendo suas categorias básicas. Claro que, a SAF seria a “cereja no bolo”, possibilitando investimentos externos para o Galo da Comarca, esses sim, impactando na equipe principal do clube. Vale ressaltar que em 2022, o Tricolor da Boavista terá calendário completo, com as disputas do estadual e do Brasileirão da Série D.
Conforme os dias avançam, é sabido que a diretoria do Galo trabalhará para buscar seu Certificado de Clube Formador para que as pautas abordadas na reunião se concretizem num futuro próximo. Para a cidade de Anápolis, seria gratificante este grande passo para o futebol local, ainda mais após presenciar o que um projeto sólido pode trazer para o município, com o título inédito do GEA.