A criação do chamado “novo eixo político de Goiás”, a partir da iniciativa do deputado federal Rubens Otoni (PT), não é um projeto político isolado, prioritariamente sob o comando do Partido dos Trabalhadores e, muito menos, que englobaria, apenas e tão somente, os partidos alinhados a esta proposta. Outras agremiações partidárias também enxergam, praticamente, da mesma forma e, meio que timidamente a princípio, ensaiam fazer de Anápolis o ponto de partida para a arrancada na corrida com destino ao Palácio das Esmeraldas; para as duas vagas de senador e, consequentemente, para as bancadas da Assembléia Legislativa e da Câmara Federal, passando, ainda, pela escolha dos suplentes de senador e dos candidatos a vice-governador.
Esta, pelo menos, é a leitura que se pode fazer. Os mais de 220 mil eleitores de Anápolis compõem o terceiro maior colégio eleitoral do Estado, estando numa região onde se concentra o grosso do eleitorado goiano (Anápolis, Aparecida de Goiânia e Goiânia), objeto de desejo de praticamente todas as tendências políticas de Goiás. A história da política do Estado mostra, sistematicamente, esta força, quando remonta às eleições para o senado em 2002. Naquela oportunidade o “noviço” candidato a senador, Demóstenes Torres, buscou em Anápolis a candidata Sandra Melon para sua primeira suplente. O resultado foi uma votação extraordinária, surpreendendo, até, os mais otimistas dos observadores.
Outros casos
Antes disso, outros fatos semelhantes ocorreram. Quando se elegeu Governador de Goiás, em 1982, Íris Resende Machado buscou, também em Anápolis, Onofre Quinan, o que lhe valeu uma das mais expressivas votações de toda a carreira política. Anápolis, em peso, votou em Íris, principalmente por causa de Onofre. A participação de Anápolis nas eleições majoritárias estaduais é, sempre, decisiva. Os exemplos são muitos. Talvez seja por isso que alguns políticos, mesmo não tendo domicílio eleitoral na cidade, não se descuidam dela, mantendo fortes vínculos. É o caso, por exemplo, de Marconi Perillo que foi, de longe, o governador que mais vezes visitou a cidade e que, até hoje, mantém uma estrutura de apoio para permanecer, sempre, na lembrança dos anapolinos. O inverso, também, é verdadeiro. Políticos que nunca valorizaram Anápolis amargaram derrotas impressionantes no município, ainda que tivessem obtido boa votação em outras regiões do Estado.
Esta mesma tendência deve ser mantida para as eleições de 2010, motivo pelo qual, alguns políticos influentes no Estado têm olhado para Anápolis com mais interesse. O primeiro a se manifestar nesse sentido foi o próprio Marconi Perillo, que deverá reativar suas incursões na cidade, já objetivando manter a força eleitoral que sempre teve entre os anapolinos. Há quem diga, até, que ele pretende fazer de Anápolis sua base eleitoral, aproveitando o prestígio de que desfruta na região e, muito mais do que isso, no potencial de votos que a cidade oferece, um contingente eleitoral maior do que o de várias comunidades reunidas.
Assim sendo, Anápolis que, numericamente, tem pouca representatividade (um deputado federal, um deputado estadual e uma suplente de senador que nem mora mais na região) volta a ser o objeto de cobiça de todos os partidos que vão disputar as eleições de outubro do ano que vem. Marconi deve estar em Anápolis no começo de março, justamente para alinhavar os primeiros passos no sentido de reconquistar a Governadoria de Goiás. E, não será surpresa alguma, se ele escolher entre os correligionários anapolinos, nomes para a composição das chapas majoritária e proporcional, indo desde vice-governador a deputado estadual, passando, certamente, por senador, suplente de senador e deputado federal.
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