Nesta sexta-feira (07), os ministros da Defesa e da saúde farão uma visita à unidade militar para conferir os últimos detalhes antes da chegada
As atenções do Brasil e de boa parte do mundo estarão voltadas para Anápolis, no final da noite de sábado (08/02) ou na madrugada de domingo (09), quando as duas aeronaves da frota presidencial estarão pousando na Ala 2 (Base Aérea), trazendo os 34 brasileiros repatriados da cidade Wuhan, província de Hubei, na China, onde está o epicentro da epidemia do novo coronavívus, bem como as equipes de suporte médico e membros da tripulação que, da mesma forma, vão permanecer em quarentena, por 18 dias, na unidade militar.
Na tarde desta quinta-feira, 06/02, uma concorrida entrevista coletiva, no comando da Ala 2, com a presença de representantes dos ministérios da Defesa, da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, tirou dúvidas dos profissionais de imprensa, a respeito de vários pontos importantes que envolvem a complexa operação de repatriamento, já está em andamento.
Participaram da coletiva o coordenador ligado ao Ministério da Defesa, Tenente Brigadeiro do Ar, Marcelo Kanitz Damasceno; o presidente da Anvisa, Contra-Almirante Antônio Barros Torres; a gerente de Vigilância e Monitoramento de Serviços de Saúde da Anvisa, Magda Machado de Miranda Costa e o comandante da Ala 2, Coronel Aviador Gustavo Pestana Garcez.
Em relação à viagem, o Tenente Brigadeiro Damasceno informou que a mesma deve durar em torno de 60 horas (ida e volta), inclusive, com as paradas programadas. A previsão, disse ele, é que a chegada em Anápolis ocorra no final da noite de sábado ou já na madrugada de domingo. A bordo das duas aeronaves da frota presidencial, estarão os 34 brasileiros repatriados da China, entre eles, duas mães com crianças de colo. É um grupo heterogêneo, porque há casais com filhos, casais sem filhos, solteiros do sexo masculino e solteiros do sexo feminino. Todos eles ficarão em abrigados nos dois hotéis que existem dentro da Base Aérea de Anápolis, que normalmente servem para acomodar sargentos e oficiais que estão em trânsito.
Todas essas pessoas, segundo os representantes da Anvisa, deverão seguir uma série de orientações que serão repassadas a elas através de um briefing, que segue o ordenamento contido no protocolo que foi aprovado em tempo recorde no Congresso Nacional, bem como outras normas já existentes.
Os repatriados não poderão receber visitas durante os 18 dias da quarentena, mas poderão se falar com parentes por meio de celular ou por outros meios de comunicação disponíveis. Eles terão de andar com máscaras cirúrgicas e terão horários determinados para fazer as alimentações durante o dia.
Tudo que for usado será devidamente desinfectado ou terá o descarte, tudo de acordo com os protocolos de vigilância sanitária. Além dos repatriados, os tripulantes, médicos e outras pessoas que tiveram algum tipo de contato com eles, também deverão ficar em observação.
Durante todo o período em que a Ala 2 estiver acolhendo pessoas em quarentena, as atividades na unidade militar não sofrerão alterações, segundo explicou o comandante Pestana. Conforme observou, além da Base Aérea estar distante de áreas residenciais, os dois hotéis reservados para a quarentena, estão dentro de uma área isolada na própria unidade. Somente as pessoas que estiverem bem próximas do local é que terão de utilizar equipamentos de segurança. No restante da unidade, essa medida não será necessária.
“Se tem um lugar difícil para o vírus entrar, esse lugar é Anápolis, reforçou o presidente da Anvisa, Almirante Barros. Ele ressaltou que há plena confiança no planejamento elaborado e que está sendo executado, para que haja segurança máxima, inclusive, ponderou, “a confiança é tanta que estamos utilizando duas aeronaves da Presidência da República”. Os dois aviões, inclusive, serão submetidos a desinfecção logo que liberados.
Na eventualidade de uma das pessoas do grupo vindo de Wuhan manifestar algum sintoma do coronavírus, a mesma será levada para o Hospital das Forças Armadas, em Brasília. O transporte até lá, explicou o Tenente Brigadeiro Damasceno, será feito por meio de um helicóptero especialmente equipado com uma bolha para o isolamento do paciente. Se o tempo estiver ruim, um avião com o mesmo dispositivo também poderá ser utilizado. A bolha de isolamento também está dentro dos aviões que estão trazendo os repatriados, em caso de uma eventual necessidade no período em que a aeronave estiver no ar.
Viagem
Os dois aviões Embraer 190 da Força Aérea Brasileira decolaram na quarta-feira (05), às 12 horas, da Ala 1 (Base Aérea de Brasília) para buscar os brasileiros que estão em Wuhan, na China, e que manifestaram o desejo de regressar ao Brasil. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e o Comandante da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, acompanharam o embarque das aeronaves, naquela que está sendo considerada pelo Governo Federal, como uma grande missão humanitária.
Nesta sexta-feira, 07, os ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde), estarão na Ala 2 para a checagem final das instalações e dos preparativos para a chegada dos brasileiros de Wuhan. Inclusive, a imprensa deverá ter acesso a uma parte das instalações, para mostrar as condições disponibilizadas a eles na Base Aérea de Anápolis.
O Prefeito Roberto Naves e o Governador Ronaldo Caiado também devem estar presentes. Eles estiveram em Brasília se reunindo com ministros e o Presidente da República, Jair Bolsonaro, colocando o Município e o Estado à disposição do Governo Federal.
Apesar do susto inicial, com a indicação de Anápolis para receber os repatriados da China, a Cidade está tranquila, mesmo porque, não há um risco iminente de que o vírus possa se espalhar, devido às precauções que estão sendo tomadas pelas autoridades. Embora, por outro lado, haja uma ponta de preocupação pela forma como a doença vem se espelhando e provocando mortes na China e em alguns outros países.