A Câmara Municipal de Anápolis aprovou um Projeto de Lei, de autoria do vereador Professor Marcos Carvalho, que possui apenas dois artigos. Contudo, eles carregam em si longa história de relacionamento entre povos.
O artigo 1º, diz: “Fica criado no âmbito da cidade de Anápolis, o “Dia da Amizade Anápolis-Japão, a ser comemorado todo ano no dia 05 de novembro. O artigo 2º arremata: “Essa lei entre em vigor na data de sua publicação, revogando as disposições em contrário”.
Agora, para que efetivamente, se torne lei, o projeto deve receber a sanção do Executivo e ser publicado no Diário Oficial.
A data de 05 de novembro representa o contexto da assinatura do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Japão e Brasil, firmado em 1895. Foi esse tratado que abriu caminho para a imigração japonesa no país, que começou nos idos de 1908 com achegada do navio Kasato-Maru.
Os imigrantes japoneses começaram a chegar em Anápolis (que foi emancipada e virou cidade, em 1907) por volta de 1920. Portanto, lá se vão 105 anos de muita amizade e contribuição mútua.
De início os imigrantes japoneses, em sua maioria, se dedicaram à produção agrícola. E, com o passar dos anos, se estabeleceram em diversas atividades ligadas ao desenvolvimento do município, trazendo junto com eles a cultura, a culinária e as tradições de um país que na segunda guerra mundial sofreu bombardeios atômicos nas cidades de Hiroshima e Nagasaki. Mas, de forma altiva como as montanhas do seu relevo.
Um país cuja cultura e o olhar voltado para educação, o colocou dentre as maiores potências econômicas do planeta, mesmo diante de sua pequena dimensão territorial em relação a outros países.
Em 1963, já consolidada, a colônia japonesa fundou a Associação Cultural Nipo-Brasileira, também conhecida como Kaikan Anápolis. Os sócio-fundadores foram Sakunoshim Fujimori, Hissao Moribayashi e Keso Hirako. Eles instituíram a entidade para atuar em projetos sociais e para contribuir com a preservação dos costumes do povo.
Sendo assim, a relação de amizade Anápolis-Japão, é uma relação que tem passado, presente e futuro. A celebração proposta é uma homenagem que faz jus à colônia japonesa radicada no município, a exemplo de outras também importantes nesse mesmo contexto, como as colônias sírio-libanesa, italiana, alemã, entre outras.
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