Há um sentimento globalizado que sinaliza ser prazerosos ou politicamente correto, abordar temas relativos a crianças. Entretanto, é muito fácil falar, discutir, criticar sobre problema infantis, do que fazer alguma coisa para, de fato, mudar situações sobre o tema.
Doenças, fome, violências, abusos e outros ataques direcionados a elas ocupam largos espaços na mídia, principalmente nas redes sociais. Mas, quase sempre, “da boca pra fora”. Ações práticas, na verdade, dificilmente acontecem.
É lamentável que crianças famintas e desnutridas continuem sofrendo, com pouca ação dos governos e da sociedade. Eventos como o Dia da Criança geram ações isoladas, mas a situação persiste, com gastos em propaganda e atenção efêmera.
É alarmante a falta de políticas consistentes e conscientização para combater a pobreza infantil. A pandemia de COVID-19 agravou a situação, deixando 333 milhões de crianças vivendo em pobreza extrema, contrariando as expectativas de redução.
O Unicef e o Banco Mundial relataram recentemente esse cenário, destacando que a pandemia interrompeu o progresso, deixando 30 milhões de crianças a mais na extrema pobreza do que o previsto. É crucial um esforço conjunto para abordar essa vergonha social e garantir um futuro melhor para as crianças carentes.
Em números: uma em cada seis crianças, ainda, vive com menos de 2,15 dólares por dia, de acordo com o relatório, pouco mais de 10 reais. Isto inclui o Brasil; isto inclui Goiás; isto inclui Anápolis, mesmo que, em proporções diferenciadas.
“As crises agravadas pelos efeitos da covid-19, os conflitos, a mudança climática e as dificuldades econômicas estagnaram os progressos e deixaram milhões de crianças na pobreza extrema”, diz o documento da ONU que luta para se erradicar a extrema pobreza infantil no planeta até 2030.
“É simplesmente intolerável que 333 milhões de crianças vivam nessa situação privada de necessidades básicas e dignidade,” afirma Luís Felipe López-Calva, diretor mundial de Pobreza e Equidade do Banco Mundial.
O relatório revela que 40% das crianças da África subsaariana enfrentam extrema pobreza, o pior índice global. É um apelo urgente para que os países priorizem a erradicação da pobreza infantil, incluindo a expansão de programas de assistência universal às crianças.
Por fim, “acabar com a pobreza infantil é uma escolha política”, diz o estudo. Exemplos podem surgir de Anápolis. Por que não?
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