Por Vander Lúcio Barbosa
As polêmicas de Jorge Kajuru continuam. Desta vez, no Senado, ele quebra celular e pede a volta do telefone fixo.
Jorge Kajuru é uma figura complexa, cuja carreira é marcada por altos e baixos, tanto no jornalismo quanto na política. Sua capacidade de provocar debates e sua postura inflexível garantem que ele permaneça uma figura central e, muitas vezes, polarizadora no cenário público brasileiro. Apesar das controvérsias, ou talvez por causa delas, Kajuru continua a ser um defensor fervoroso de suas convicções, desafiando normas e frequentemente gerando intenso interesse público ao longo do caminho.
Nesta quarta-feira, 18/12, durante a aprovação de um projeto de lei no Senado que limita o uso de celulares por estudantes em escolas, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) ganhou destaque novamente. Irritado com a influência dos celulares em sua vida pessoal e profissional, Kajuru arremessou seu aparelho no chão, expressando seu desejo de abandonar a tecnologia. “Segunda-feira, ninguém me liga porque vou acabar com esse meu celular. Isso quase acaba com a minha eleição, perdi 400 mil votos em uma semana. Recentemente, isso [celular] acabou com o meu casamento. Vamos voltar ao telefone fixo”, afirmou ele, em um gesto que mistura crítica e desabafo.
Trajetória no jornalismo
Antes de ingressar na política, Kajuru construiu uma carreira vibrante e controversa no jornalismo esportivo. Conhecido por suas críticas contundentes e por seus posicionamentos firmes, ele trabalhou em diversas emissoras de rádio e televisão, incluindo a RedeTV!, SBT e Band. Sua abordagem direta e frequentemente polêmica gerou inúmeros confrontos com figuras públicas e colegas de profissão.
Em 2004, enquanto apresentava o “Esporte Total” na Band, Kajuru denunciou ao vivo privilégios concedidos a políticos e celebridades no Mineirão, enquanto deficientes físicos não tinham acesso adequado. O incidente resultou em sua demissão, após alegações de problemas técnicos. Apesar disso, muitos acreditam que a influência do então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, tenha sido um fator decisivo.
Um episódio notório ocorreu em 2006, quando Kajuru, então apresentador do programa “Jogo Duro” no SBT, anunciou que faria uma reclamação no Procon contra a Globo e a CBF, acusando-as de propaganda enganosa após a eliminação do Brasil na Copa do Mundo. A atitude levou à sua demissão da emissora de Silvio Santos.
Outra polêmica envolvendo Kajuru foi sua crítica a Ronaldo Fenômeno antes da Copa de 2014 no Brasil. Ele acusou o ex-camisa 9 de falta de reflexão em suas falas e de estar ligado a magnatas russos do futebol. Kajuru ainda sustentava a teoria de que a Copa de 2014 seria manipulada para o Brasil vencer.
Carreira política
Como senador, Kajuru manteve sua postura controversa. Além da recente discussão sobre celulares, ele protagonizou outro episódio controverso ao acusar o deputado federal Professor Alcides Ribeiro de pedofilia, uma acusação que posteriormente foi retirada com um pedido de desculpas.
Kajuru entrou na política em 2011, inicialmente pelo PPS, mas sua carreira política não foi linear. Ele foi eleito vereador de Goiânia em 2016, com a maior votação da cidade, e em 2018, conquistou uma vaga no Senado por Goiás. Ao longo de sua trajetória política, Kajuru foi filiado a diversos partidos, refletindo seu perfil independente e muitas vezes dissidente.
Além das polêmicas, seu mandato no Senado é marcado por um estilo direto e, por vezes, incendiário. Kajuru não hesita em criticar colegas políticos e figuras públicas, e frequentemente utiliza as redes sociais para expressar suas opiniões e convocar seus seguidores.
A vida de Kajuru é marcada por dessafios e controvérsias. Em sua carreira, ele enfrentou mais de uma centena de processos, muitos resultando de suas declarações ousadas e críticas. Em 2005, foi condenado a 18 meses de prisão em regime aberto por difamação.
Mais recentemente, Kajuru enfrentou a exposição de vídeos íntimos nas redes sociais. Ele confirmou a autenticidade das imagens, lamentou o ocorrido e anunciou que procuraria as autoridades para denunciar o vazamento. (Por Vander Lúcio Barbosa – @vanderlucio.jornalista)
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