Foi a tripulação de uma aeronave especializada em operações de busca e salvamento da Base Aérea de Anápolis a primeira a localizar, na tarde de terça-feira, 02, os destroços do air bus pertencente à Air France e que caiu no Oceano Atlântico na noite de domingo, 31, depois de decolar do Rio de Janeiro. A Base foi acionada assim que se confirmou a notícia do desaparecimento do avião francês. A notícia foi dada, com exclusividade, ao CONTEXTO pelo comandante daquela unidade da Força Aérea Brasileira, Coronel Aviador Luiz Cláudio da Fonseca Bragança Pinheiro. Segundo ele, a qualidade dos equipamentos e o preparo dos militares brasileiros foram fatores preponderantes para o sucesso na busca.
Evitando tecer comentários sobre as prováveis causas do acidente, tendo em vista a complexidade que envolve uma situação como esta, o Coronel Bragança preferiu exaltar o trabalho de socorro prestado e afirmar que o serviço operacional da Base Aérea de Anápolis se presta a atividades como esta verificada. Para ele, a aviação militar do Brasil está em igualdade de condições com qualquer outra do mundo.
Ampliação
O Comandante da Base Aérea de Anápolis destacou, ainda que, além do patrulhamento aéreo desenvolvido pelo GDA (Grupo de Defesa Aérea) e das atividades do SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia) que tem um de seus principais núcleos em Anápolis, a unidade está em processo de ampliação e que, até 2015 terá praticamente dobrado sua estrutura na cidade. A Base vai assumir uma série de outros projetos da política de aviação militar no Brasil, o que representará mais investimentos do Governo Federal e a ampliação da capacidade tecnológica, da estrutura logística e da participação no PIB da cidade. Como exemplo, ela vai ser a maior empregadora do município. “Para se ter uma idéia, hoje são cerca de 1.500 militares entre oficiais, suboficiais sargentos, cabos, soldados e outros membros. No final do processo (2015) serão três mil pessoas, ou seja, exatamente o dobro do que existe hoje”, disse o Coronel Bragança.
Logística
Dizendo-se plenamente favorável à implantação do aeroporto de cargas em Anápolis, o Comandante da Base Aérea disse que a concretização desse projeto vai significar um extraordinário avanço sócio/econômico e cultural para a cidade. Um aeroporto nos moldes do que está previsto para Anápolis, além dos investimentos específicos, causa, ainda, a agregação de valores. No rastro desse projeto vêm outros satélites, como unidades de apoio, empresas prestadoras de serviços, admissão de funcionários qualificados e uma série de outros procedimentos econômicos. “Será um grande salto para a economia de Anápolis”, disse.
Tecnicamente o Comandante da Base Aérea de Anápolis disse que um aeroporto de cargas não atrapalha, em nada, a operacionalidade do aeródromo militar. O que se torna necessário, segundo ele, “é o cumprimento do plano diretor da cidade, com a contenção dos avanços indiscriminados do setor imobiliário urbano para a região dos aeroportos. Acreditamos que estes cuidados estejam sendo adotados pela atual administração”, justificou o Comandante.