Deputados da bancada evangélica criticaram a inclusão, na pauta do Plenário da Câmara dos Deputados, de requerimento de urgência para que a Casa possa votar a legalização de jogos de azar. Trata-se do Projeto de Lei 442/91, que legaliza cassinos e bingos, entre outros.
O 1º vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), destacou que não há previsão de votar a urgência da proposta, mas ainda assim o tema continuou sendo alvo de críticas por parte dos evangélicos.
O deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP) disse que há articulação de evangélicos e católicos contra a proposta.
“Nós, da Frente Parlamentar Evangélica, da Frente Cristã e da Frente Católica, somos terrivelmente contra este PL. E vamos obstruí-lo aqui até o momento em que nós o derrubarmos”, declarou.
Ele afirmou que a legalização dos jogos de azar prejudicaria as famílias brasileiras. “Não é viável termos essa pauta prosperando nesta Casa”, criticou.
Críticas
O coordenador da bancada evangélica, deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), lamentou a inclusão do tema em pauta no final do ano e destacou que a legalização não resolve o problema dos jogadores ilegais.
“A compulsão por jogos empobrece em especial os mais idosos, os aposentados, que se tornarão dependentes sem a possibilidade de tratamento pelo SUS”, disse.
Sóstenes Cavalcante também ressaltou que a legalização de jogos pode levar à lavagem de dinheiro.
“Em um país em que um ex-deputado ganhou mais de 40 vezes na loteria, quais órgãos de controle vão garantir que os cassinos não sejam uma porteira aberta para péssimos indivíduos interessados na lavagem de dinheiro?”,
questionou.
Ele cobrou que o tema seja retirado de pauta de ofício pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).
Defesa do projeto
Já o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) defendeu a legalização dos jogos no Brasil. “Para o bem do País, para o desenvolvimento, para o emprego inicial de 450 mil pessoas, para incentivar o turismo, nós precisamos liberar os jogos”, disse.
Bibo Nunes sugeriu encaminhar recursos oriundos dos jogos de azar para comunidades terapêuticas dirigidas por instituições religiosas. “Eu pedi para que colocasse 1% do lucro dos jogos do Brasil para comunidades terapêuticas.”
Segundo ele, os viciados em jogos são apenas 3% dos jogadores. “A ludopatia atinge de 2% a 3% das pessoas, e os ludopatas já estão nos jogos”, disse.
O deputado Newton Cardoso Jr (MDB-MG) também defendeu a legalização dos jogos de azar. “O jogo do Brasil não é proibido, em qualquer esquina, em qualquer canto se faz uma aposta.”
Ele afirmou que a legalização vai gerar recursos públicos. “O emprego gerado por essa atividade vai pagar contribuição para a previdência pública”, ressaltou. (Fonte: Agência Câmara de Notícias)