Reinaugurado, o espaço guarda muitos “tesouros” e, além de conhecimento, é um convite para uma viagem na história
Tempos atrás, quando a tecnologia da internet, do telefone celular e a facilidade de comunicação por meio das redes sociais ainda era uma coisa distante de nós, era na biblioteca que tínhamos de buscar as pesquisas para os trabalhos escolares. Era ali, onde se buscava conhecimento para se preparar para o mercado de trabalho e, também, para os amantes da literatura.
Mas, tamanha a sua força e importância, a biblioteca resiste a todo aparato tecnológico. E são, ainda, uma rica fonte de pesquisa, conhecimento e entretenimento.
Em Anápolis, a Biblioteca Municipal Zeca Batista é a principal referência para os estudiosos, pesquisadores, amantes da literatura. É um local, diga-se de passagem, onde se pode desvendar e descobrir o mundo, seja na ficção, seja na realidade.
Nos 115 anos do aniversário de Anápolis, nada melhor e mais justo, do que trazer essa realidade para a população.
Na noite da última quarta-feira, 20, o prefeito Roberto Naves abriu as comemorações do aniversário de emancipação do município resgatando esse verdadeiro “tesouro” dos anapolinos.
Religião e fé estão presentes na raiz da história e do desenvolvimento da cidade
A biblioteca passou por uma ampla reforma, está pronta para acolher os leitores e seguir criando novas memórias.
O valor gasto na reforma do prédio, na Praça Americano do Brasil, foi de cerca de R$ 1 milhão. Contudo, a importância que o local tem, com um acervo de mais de 70 mil títulos, é de um valor incomensurável.
E, bastante andar um pouco por entre as prateleiras da Biblioteca Batista, para se descobrir que essa afirmativa é verdadeira.
Que tal, por exemplo, conhecer a Bíblia dos Jovens, de 1971, uma publicação bastante interessante não apenas pelo conteúdo, mas pelas gravuras que remontam passagens importantes do cristianismo. Há, também publicações de denominações pentecostais, da doutrina espírita e de outras religiões e seitas.
Numa prateleira, de capa grossa e folhas já maltratadas pela ação do tempo, tem um título que chama atenção: “Ciência e Saúde, com a chave das escrituras”, de 1963.
Para os amantes da música, tem o livro: “Panorama da Arte Musical Contempoânea”, de 1964.
Em outra prateleira, é possível encontrar várias e várias edições da “bíblia” dos operadores do Direito, o Vade Mecum. Além de outras centenas de título ligadas a esse ramo do conhecimento.
Dá para matar também a saudade das famosas enciclopédias, como a Barsa e a Larouresse que eram e ainda são fontes ricas para diferentes tipos de pesquisas. São publicações de vários volumes e conteúdos diversos.
Claro que, na biblioteca tem também um espaço que é dedicado aos amantes do futebol. Um dos “achados” é o livro “Arquivo do Futebol Goiano”, de 1982, que traz muita informação dos times profissionais e também amadores da capital e do interior de Goiás.
A biblioteca tem centenas e centenas de periódicos, sobretudo, jornais e revistas, que são ricas fontes de informação e história.
Claro que nesse “passeio” pela Biblioteca Zeca Batista não falta o cantinho reservado à história e à literatura anapolina.
E, felizmente, são muitos os que, com seus talentos, ajudaram a resgatar e imortalizar a história da cidade, antes mesmo da sua emancipação.
Autores que mantém viva a chama da literatura. Não dá para citar todos. Mas temos nessa galeria nomes como de Haydée Jayme, Paulo Nunes Batista, Laurentina Murici de Medeiros (Dona Loló), Iron Junqueira, Ursulino Leão, Marieta Jayme, João Asmar, Natalina Fernandes, Adhemar Santillo, Olímpio Ferreira Sobrinho, Jarbas de Oliveira, Amador de Arimathéa (Dô), Juscelino Polonial. E por aí vai.
Até difícil de imaginar, quanta coisa cabe num só lugar, numa biblioteca. Tanta gente, tanto saber, tantos olhares sobre o mundo. Tanta história escrita, fotografada e desenhada.
É, vale a pena fazer esse passeio, onde a tecnologia ainda não alcança de forma assim tão plena, rica e edificante.