Em abril, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, conduzida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), trouxe dados preocupantes sobre o custo da cesta básica em várias capitais brasileiras. Das 17 capitais analisadas, 10 registraram aumento nos preços dos itens essenciais, refletindo um cenário de inflação crescente.
Os maiores aumentos foram observados nas capitais nordestinas, com Fortaleza liderando com um aumento significativo de 7,76% em relação ao mês anterior, seguida por João Pessoa (5,40%), Aracaju (4,84%), Natal (4,44%), Recife (4,24%) e Salvador (3,22%). Por outro lado, algumas capitais apresentaram queda nos preços, como Brasília (-2,66%), Rio de Janeiro (-1,37%) e Florianópolis (-1,22%).
Destaca-se que São Paulo manteve-se como a capital com a cesta básica mais cara do país, com um custo médio de R$ 822,24, seguida pelo Rio de Janeiro, onde o conjunto dos alimentos básicos alcançava R$ 801,15. Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os valores médios foram relativamente menores, com destaque para Aracaju (R$ 582,11), João Pessoa (R$ 614,75) e Recife (R$ 617,28).
Esses números levantam preocupações sobre o poder de compra da população, especialmente quando se considera o salário mínimo atual. Com base no custo da cesta básica em São Paulo, o Dieese estimou que o salário mínimo ideal para suprir todas as necessidades básicas de um trabalhador e sua família deveria ser de R$ 6.912,69 em abril. Esse valor representa quase cinco vezes o salário mínimo atualmente estabelecido em R$ 1.412,00, evidenciando a disparidade entre os custos reais de vida e os salários praticados no país.