Como já era esperado, seus seguidores não só compareceram em massa como, também, fizeram muito barulho.
A todo momento, crianças eram levadas ao palco para ficar ao lado do ex-presidente da República, que repetia: “Isso não tem pressão”, referindo-se ao carinho das crianças e também das demais pessoas.
Vez por outra, a plateia fazia coro com palavras assim: “lindo”, “mito”, “meu presidente”.
A segurança teve trabalho para conter as pessoas quem iam à frente para fazer fotos e selfies.
Nunca, na história da Comenda Gomes de Souza Ramos, houve uma festa tão popular.
Bolsonaro chegou no Centro de Convenções por volta das 20 horas. Ele falou com apoiadores, mas não concedeu entrevista à imprensa, nem após o evento, como era esperado.
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Contudo, no seu discurso, ele falou bastante. Começou fazendo uma leitura da sua carreira política, como vereador na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Até que se elegeu deputado.
Ele disse que não sonhava com isso, muito menos em ser presidente do Brasil.
Como deputado federal, ele lembrou que fazia discursos para um plenário vazio, espaço que era dado aos parlamentares do chamado “baixo clero”.
Em 2018, chegou à Presidência da República e, segundo ele, “conheci o que era o Congresso, o STJ, o TCU e o STF, conheci a pressão do cargo”. Ele assinalou que, num primeiro momento, queria largar, mas entendeu que era uma “missão de Deus”.
Na sua fala, embora um pouco mais contido, voltou a fazer críticas veladas ao sistema eleitoral brasileiro. Falou também sobre o processo que resultou na sua inelegibilidade e também lembrou que esteve à frente da presidência da República, em meio à pandemia e a uma guerra (Rússia X Ucrânia) e que, mesmo assim, entregou o cargo melhor do que encontrou.
“Deixei o outro assumir, porque nunca iria entregar a faixa para uma pessoa como esse cara [referindo ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva]”.
Sobre a pandemia, Bolsonaro reconheceu que houve muitas mortes, contudo, disse ter feito o certo dando autonomia aos médicos. “Fizemos o que tinha de ser feito”, frisou.
Já quase no final, Bolsonaro agradeceu o recebimento da Comenda Gomes de Souza Ramos e disse que “se for a vontade Dele, voltaremos”. Para fechar a fala, o ex-presidente usou o bordão: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
Comenda
A cerimônia da entrega da Comenda foi conduzida pelo chefe do Poder Executivo, prefeito Roberto Naves, juntamente com os representantes do Poder Legislativo, vereador Domingos Paula e do Poder Judiciário, juiz Gleuton Brito Freire.
Por ordem alfabética, os 34 agraciados com a honraria receberam a medalha e o diploma que simbolizam a distinção.
Em nome das mulheres agraciadas, falou a freira Teresinha Alves de Melo. Em nome dos homenageados, falou o ex-deputado major Vitor Hugo.
Ainda, falaram os representantes dos poderes Legislativo e Judiciário e o prefeito Roberto Naves.
Ele lembrou Gomes de Souza Ramos, o idealizador da cidade, que acolheu as pessoas que naquela noite estavam recebendo a valorosa homenagem do município.
Falou também sobre a concessão da honraria ao ex-presidente Jair Bolsonaro, “pelo que ele fez pelo Brasil, por Goiás e por Anápolis”.
Confira a lista dos agraciados:
Alaine Alves Valim
Alex de Araújo Martins
Antônio Barbosa El Zayek
Carlos Alberto Fonseca
Cecilio José Rassi
Cicílio Alves de Moraes
Domingos Paula de Souza
Doralice Ferreira Ramos
Eduardo do Rosário
Eerizania Eneas de Freitas
Érica Patrícia da Silva Alves
Fábio Alves de Castro Vilela
Francisco Pereira Nascimento
Gleiton Luiz Silva
Isabella Joy Lima e Silva
Jair Messias Bolsonaro
Jairo Pereira de Brito
Jeferson Rodrigues Lemes
João Batista Pitaluga Sobrinho
Júlio César Gomes da Silva
Leandro Ribeiro da Silva
Márcio Cândido da Silva
Mariluce Saraiva Sá
Neilton Garcez Silva
Orisvaldo Pires da Silva
Orlando da Silva Dourado
Osmar Borges Pinto
Randerson Aguiar Pereira
Robson Torres
Rodrigo Tizziani
Samuel Santos e Silva
Terezinha Alves de Mello
Vitor Hugo de Araújo Almeida
Wandir Allan de Oliveira