A movimentação na Paulista, entretanto, serviu não só para o bolsonarismo mostrar que tem protagonismo, mas para que Bolsonaro pudesse também mandar alguns recados, entre eles, sobre a questão do golpe que o colocou em nova rota de confronto com a alta corte de Judiciário.
E, num ano eleitoral, embora de forma até discreta, Bolsonaro aproveitou também para mandar um recado a seus seguidores acerca das eleições municipais de outubro próximo.
Apesar de a pauta do evento não ter sido o processo eleitoral em curso, obviamente, muitos políticos que miram disputar cargos eletivos lá estiveram marcando presença, entre eles, o vereador Hélio Araújo (PL) e o empresário Márcio Corrêa (MDB), que são nomes já colocados na lista de pré-candidatos à Prefeitura de Anápolis.
O governador Ronaldo Caiado (UB) lá esteve. No caso dele, a pretensão é mais adiante um pouco. Caiado mira uma candidatura à Presidência da República, em 2026.
Assim sendo, o ato de Bolsonaro na Paulista proporciona as mais diversas leituras e interpretações.
Confira, abaixo, trechos do discurso do ex-presidente na Avenida Paulista:
“Saí do Brasil e essa perseguição não acabou. É joia. É a questão de importunação de baleia. É dinheiro que seria mandado para fora do Brasil. É tanta coisa que eles mesmos acabam trabalhando contra si. A penúltima agora: ‘Bolsonaro queria dar um golpe’. Isso, desde que assumi em 2019, já ouvia. E parte da imprensa sempre reverberava isso. O que é golpe? Golpe é tanque na rua. É arma. É conspiração. É trazer classes políticas para o seu lado, empresariais. Isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil. E fora isso, por que ainda continuam me acusando de um golpe?
Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham santa paciência. Golpe usando a Constituição. Deixo claro que estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não. Apesar de não ser golpe o estado de sítio, não foi convocado ninguém dos conselhos da República e da Defesa para se tramar ou para se botar no papel a proposta do decreto do estado de sítio.
O 2º passo do decreto do estado de sítio, após o presidente ouvir os conselhos, ele manda uma proposta para o Parlamento. E essa proposta é analisada pelo Parlamento. E é o Parlamento quem decide se o presidente pode ou não editar um decreto de estado de sítio. O estado de defesa é semelhante. Ou seja, agora quem entubar a todos nós que um golpe usando dispositivos da Constituição, cuja palavra final quem dá é o Parlamento brasileiro, estava em gestação. Creio que está explicada essa questão.
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A defesa que eu queria já fiz para vocês. Essa fotografia vai rodar o mundo, tenho certeza disso. E após esse pronunciamento, nós pedimos a Deus que ilumine a todos, até aqueles poucos ou raros que não gostamos. Para que voltem a pensar com o coração, com a razão. Para que possamos fazer com que nosso Brasil prossiga na sua marcha. Agora temos eleições municipais, vamos caprichar no voto, em especial, para vereadores e prefeitos também. E nos preparemos para 2026. O futuro a Deus pertence”.