O engenheiro civil Fábio Maurício Corrêa, com mais de quatro décadas de atuação no serviço público e, hoje, à frente da FM Projetos e Consultoria, elaborou e apresentou com exclusividade para o CONTEXTO, dois estudos que ele desenvolveu com temáticas muito importantes no processo de desenvolvimento e de qualidade de vida no município de Anápolis.
Esses dois estudos trazem embasamento de fontes oficiais, fidedignas e, sobretudo, o olhar de um profissional que reside, já trabalhou e, portanto, conhece bem a realidade daquilo que está no escopo das pesquisas.
Uma delas traz o título: “Um olhar crítico sobre a gestão do saneamento ambiental em Anápolis”. Nesse estudo, Fábio Maurício traz um apanhado histórico sobre a implantação do sistema de água tratada em Anápolis, lá na década de 1960, fazendo uma leitura até os dias atuais.
Além de analisar a parte estrutural do sistema de abastecimento de água e a questão do esgotamento sanitário no município, o engenheiro traz ainda alguns questionamentos relacionados à tarifa praticada pela concessionária de serviço, no caso, a Saneago.
Ao final desse estudo, o profissional traz um resumo dos pontos levantados e traça algumas sugestões que poderiam contribuir na melhoria dos serviços e na mitigação de problemas.
O primeiro ponto destaca a necessidade de uma avaliação criteriosa do contrato celebrado entre o município e a Saneago, com vistas a detectar eventuais “vícios de origem de ordem jurídica”.
Outro ponto chama atenção sobre “obras negligenciadas”, como a construção urgente de construção de reservação na bacia do Piancó. Além da revitalização do sistema de distribuição, sobretudo, com ênfase na redução de perda de água tratada, na casa de 37%, perda essa que segundo ele entra na composição tarifária.
Outro ponto para o qual ele chama atenção é a revitalização do esgoto afastado da região central e bairros mais antigos, havendo, ainda, a intercorrência de lançamento in natura nos córregos da cidade e, por fim, sugere “maior transparência das atividades e projetos de melhorias para o saneamento básico em Anápolis.
Asfalto
O segundo estudo traz o título: “Por que Anápolis tem tantos buracos?” Nessa pesquisa, o engenheiro Fábio Maurício- que é especializado nessa área, mostra de forma bem detalha como é composta a camada asfáltica e como ela pode se deteriorar, por conta de infiltrações, falta de drenagem adequada e falta de manutenção. Nesse último ponto, considerando o fato de que a campada asfáltica tem um tempo útil, que a depender de alguns fatores, gira na casa de 8 a 10 anos.
Contudo, ele observa no estudo que há casos em que a pavimentação não chega a durar nem um ano, por conta de fatores diversos: tráfego intenso, chuvas abundantes, qualidade da massa asfáltica utilizada, ineficiência da drenagem e vazamentos subterrâneos e ausência de serviços preventivos, além da idade do pavimento. Em Anápolis, conforme o estudo, a média estaria na casa de 20 anos.
A pesquisa traz um dado interessante, baseado em estudos internacionais, mostrando que para que para cada 1 dólar que se deixa de investir em conservação, é necessário desembolsar 4 dólares em recapeamento e operação tapa-buraco.
Hoje, de acordo com Fábio Maurício, o município paga em torno de R$ 360 por tonelada aplicada. “Assim, quanto mais remendas, maior o ganho, o que acaba incentivando a repetição constante das operações tapa-buracos”.
Conforme o engenheiro, o ideal seria dividir a cidade em regiões- quatro ou mais- e contratar o serviço por lotes. Ao passo que a Prefeitura, nesse contexto, faria um mapeamento das patologias asfálticas em cada setor, a fim de balizar o planejamento dos investimentos. Aliado a isso, claro, ter-se uma fiscalização mais amiúde dos serviços contratados.
Fábio Maurício afiança que esses estudos não são um contraponto ao que existe, mas é uma contribuição que ele deixa para o município, dentro da experiência adquirida ao longo da sua vivência profissional. É um conjunto de informações que podem somar às políticas públicas que se tem nesses dois setores fundamentais do ponto de vista da infraestrutura e mesmo do urbanismo da cidade. Confira abaixo os dois estudos apresentados: