A Epidemia do Oropouche (EO) é uma condição provocada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) do tipo Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. O Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) foi descoberto pela primeira vez no Brasil em 1960, em uma amostra de sangue de uma preguiça (Bradypus tridactylus) capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
Desde então, casos isolados e surtos têm sido observados no Brasil, principalmente na região Amazônica. Além disso, foram registrados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).
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TRANSMISSÃO
A transmissão da Febre do Oropouche ocorre principalmente por meio de mosquitos. Após picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por vários dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela. Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença: – Ciclo Silvestre: Neste ciclo, os animais como preguiças e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor neste ciclo. – Ciclo Urbano: Neste ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal. O mosquito Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em áreas urbanas, pode ocasionalmente transmitir o vírus também.
SINTOMAS
Os sintomas da Febre do Oropouche são semelhantes aos da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. Portanto, é crucial que os profissionais de saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais, orientando assim as medidas de prevenção e controle.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da Febre do Oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial. Todo caso com suspeita de infecção pelo OROV deve ser notificado. A EO está na lista de doenças de notificação obrigatória, classificada entre as doenças de notificação imediata, devido ao potencial epidêmico e à alta capacidade de mutação, representando uma ameaça à saúde pública.
TRATAMENTO
Importante: Não há um tratamento específico. Os pacientes devem repousar, receber tratamento sintomático e acompanhamento médico.
PREVENÇÃO
Recomenda-se: – Evitar áreas com alta presença de mosquitos, sempre que possível. – Utilizar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele. – Manter a limpeza da casa, eliminando possíveis criadouros de mosquitos, como recipientes com água parada e acúmulo de folhas. – Em caso de casos confirmados na região, seguir as orientações das autoridades de saúde locais para reduzir o risco de transmissão, incluindo medidas específicas de controle de mosquitos. Importante: Em caso de sintomas suspeitos, buscar assistência médica imediatamente e informar sobre a possível exposição à doença.
Fonte: Ministério da Saúde