Uma das características mais admiráveis de um ser humano é a fidelidade. Quando nos comprometemos com uma pessoa em um relacionamento, ser fiel é sinal de respeito e consideração por quem amamos. Em uma amizade, aplica-se o mesmo princípio, assim como numa relação de trabalho ou nos negócios. Mas, por que a fidelidade é tão importante? Porque implica em ser constante no compromisso assumido e garante a segurança nas relações. Se, nas relações humanas, ser fiel é uma qualidade essencial, na relação entre Deus e o homem torna-se um requisito para o verdadeiro cristão. Deus é fiel e, por isso, não desiste de nós, seu amor não muda nem diminui, jamais nos abandona.
A Bíblia ressalta essa característica divina tanto no Velho quanto no Novo Testamentos. Durante a caminhada rumo à terra prometida, Moisés disse ao povo hebreu: “Saberás, pois, que o Senhor teu Deus, ele é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos” (Dt 7:9). Davi exaltou nos salmos: “Pois a palavra do Senhor é verdadeira; ele é fiel em tudo o que faz” (Sl 33:4); “Mas tu, Senhor, és Deus compassivo e misericordioso, muito paciente, rico em amor e em fidelidade” (Sl 86:15). Já o apóstolo Paulo proclamou a fidelidade de Deus em suas cartas aos Coríntios e aos Tessalonicenses: “Fiel é Deus, o qual os chamou à comunhão com seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (1Co 1:19); e “Aquele que os chama é fiel e fará isso” (1Ts 5:24).
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E quanto a nós: podemos dizer que somos fieis em nosso relacionamento com o Pai? Em tempos de bonança, quando tudo vai bem, certamente sim. No entanto, durante as turbulências da vida, quando as dificuldades parecem se multiplicar à nossa frente e as incertezas ocupam a nossa mente, é que precisamos nos manter firmes e íntegros em nosso vínculo com o Criador. Certamente, não é tarefa fácil porque, a depender da intensidade do sofrimento, como pessoas falíveis e vulneráveis que somos, dúvidas podem surgir quanto ao cuidado do Pai por nós. É nesse exato instante que a fé naquele que nos ama, protege e ampara torna-se imprescindível. “Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel” (Hb 10:23).
É certo que nos dias maus, é como se uma venda nos tapasse os olhos para todas as bênçãos já recebidas; como se as lembranças que comprovam a bondade do Senhor conosco se esvanecesse aos poucos; e a esperança se transformasse em uma ilusão distante. Todavia, todos esses sentimentos aplicam-se a nós mesmos e não a Deus. Ele continua ali, caminhando junto, sustentando-nos e esperando que, assim como Ele, sejamos fieis. “Não temas as coisas que tens de sofrer (…) Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2:10).
Por mais longa que seja a crise, por mais triste e dolorosa que seja a situação, não desista de sua relação com Deus. Ele, e somente Ele, é capaz de oferecer o alívio que precisamos, pois, “como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1Co 2:9).