Dados levantados apontam que a metade dos resíduos da construção civil de Goiás acaba nos lixões
86% dos resíduos da construção civil em Goiás são descartados de forma inadequada, revelam dados recentes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), conforme o monitoramento do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (Pers) realizado no último mês de dezembro em consulta aos municípios goianos.
Para abordar essa questão, a Semad está propondo uma minuta de decreto que será discutida em uma reunião pública virtual marcada para esta quinta-feira (22/02). A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis, destaca a importância do apoio de todos para avançar nessa pauta, que se une aos esforços para encerrar os lixões até agosto.
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Segundo os dados levantados, metade dos resíduos da construção civil de Goiás acaba nos lixões, enquanto 21% são descartados em locais inadequados como encostas, corpos d’água ou lotes vagos. Apenas 9% são direcionados a aterros sanitários, enquanto 10% são utilizados na manutenção de estradas e controle de erosão, e 4% em aterros controlados ou locais específicos para resíduos inertes.
Fábio Góis, gerente de Apoio a Políticas de Resíduos Sólidos da Semad, destaca que a legislação prevê locais específicos para o descarte adequado dos resíduos da construção civil, representando aproximadamente 14% do total em Goiás. Ele esclarece que, excepcionalmente, resíduos descontaminados podem ser dispostos em aterros sanitários para recobrir a massa do lixo ou serem usados na pavimentação de acessos.
A proposta da Semad visa direcionar os resíduos da construção civil para ecopontos, Aterros de Inertes ou Usinas de Processamento de Reciclagem de RCC, garantindo sua triagem, reutilização, reciclagem ou outra destinação ambientalmente adequada, conforme normas técnicas específicas.
Outros dados revelados mostram que muitos municípios não possuem um plano municipal de gerenciamento integrado de resíduos da construção civil, e a reciclagem desses resíduos ainda é baixa. A coleta dos entulhos é responsabilidade das prefeituras em grande parte dos municípios consultados, enquanto cobranças diferenciadas para essa coleta são raras.
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