Por certo, todos nós, em algum momento, já ouvimos frases como: “Político é tudo igual”; “Político nenhum presta”, “Político é tudo isso, político é tudo aquilo”, etc. Esta insatisfação da comunidade (ou parte dela) com a classe política é antiga. Pelo menos, no Brasil. Mas, se existe este sentimento em muitos dos brasileiros, por que então, votamos, quase sempre, nos mesmos candidatos? O voto é uma procuração em branco que passamos aos políticos para que eles nos representem. Portanto, a responsabilidade é nossa também. Aliás, é mais nossa do que deles.
No sistema democrático, só existe um jeito de político exercer um mandato: quando nós, o povo, o escolhemos. Temos a prerrogativa de selecionar, entre milhares de candidatos, os que nos satisfazem. Agora, se escolhemos o candidato errado, se votamos pela amizade, pelo companheirismo, pela indicação ou em troca de alguma coisa material, não temos do que reclamar. O jeitinho brasileiro de “levar vantagem em tudo” é que, às vezes nos atrapalha.
Biblioteca Zeca Batista, a casa dos livros, dos escritores e da história
A pouco mais de dois meses para as eleições gerais (Presidente, senador, deputado federal e deputado estadual) grande parte, (mais da metade) do eleitorado Brasileiro ainda não tem uma tendência, ou, uma escolha sobre candidatos a quem pretendem dedicar o voto. É preocupante isso, pois se o eleitor, principal interessado nos destinos do País não observa em quem confiará para governá-lo nos próximos quatro anos, os políticos “deitam e rolam” e utilizam todos os ardis, todos os meios para chegarem, e, na maioria dos casos, se manterem no poder.
Ademais, em que pese havermos (enquanto sociedade) lutado, muito, para a volta das eleições diretas, para termos o direito de escolher, livremente, nossos representantes, nos desobrigamos de acompanhar o desempenho daqueles a quem confiamos o voto. É alarmante o índice de pessoas em quem votamos por qualquer motivo, menos o ideológico e coerente. Votamos (em todos, claro) por votar. Depois, só vamos nos preocupar com política nas eleições seguintes. Queremos renovação no Legislativo e no Executivo, mas, com raríssimas exceções, não nos lembramos em quem votamos nas últimas eleições, muitas das vezes porque que decidimos votar “em cima da hora” sem tempo para avaliarmos as qualidades do candidato.