Os falsos escorpiões foram recentemente descobertos no Parque Nacional de Catimbau, localizado em Pernambuco
O Laboratório de Ecologia Comportamental de Aracnídeos da Universidade Estadual de Goiás (UEG), sediado em Anápolis, confirmou a descoberta de duas novas espécies de pseudoescorpiões encontrados na caverna Furna do Morcego, no Parque Nacional de Catimbau, em Pernambuco.
O pesquisador Eder Barbier, da Universidade Federal de Pernambuco, foi responsável por identificar e estudar essas espécies.
Os pseudoescorpiões são aracnídeos pequenos, medindo apenas 1,5 milímetros de tamanho. Embora se assemelhem aos escorpiões verdadeiros devido às suas pinças, eles não possuem o pós-abdome e o aguilhão inoculador de veneno. Além disso, são consideravelmente menores.
Esses pseudoescorpiões habitam cascas de árvores, folhas no chão de florestas e fendas em rochas de cavernas. Alimentam-se de pequenos invertebrados e não representam ameaça às pessoas, sendo inofensivos.
De acordo com Everton Tizo Pedroso, pesquisador da UEG, esses predadores desempenham um papel importante no controle das populações de pequenos invertebrados presentes em diferentes ambientes.
Apesar do Brasil possuir a quinta maior diversidade de falsos escorpiões, com 182 espécies conhecidas até então, o conhecimento sobre esse grupo em relação à maioria dos biomas brasileiros é bastante limitado.
O estudo, liderado pelo professor Everton Tizo da UEG, em parceria com Edwin Dedoya-Roqueme, doutorando em Recursos Naturais do Cerrado da UEG, Eder Barbier, da Universidade Federal de Pernambuco, e André Felipe de Araújo Lira, da Universidade Federal de Campina Grande, foi publicado no dia 23 de maio na revista científica Zootaxa, renomado periódico de taxonomia sediado na Nova Zelândia.
O artigo científico, intitulado “Two new cave-dwelling pseudoscorpion species (Arachnida: Pseudoscorpiones) from Northeastern Brazil” (Duas novas espécies de pseudoescorpiões cavernícolas (Arachnida: Pseudoscorpiones) do Nordeste do Brasil), destaca a descoberta dessas espécies e contribui para o conhecimento da fauna de falsos escorpiões no país.
Curiosamente, em uma homenagem ao escritor J.R.R. Tolkien e suas obras famosas como O Hobbit e O Senhor dos Anéis, os pesquisadores deram às novas espécies os nomes de Gollum e Smaug, dois vilões icônicos das histórias. A espécie Geogarypus gollumi foi batizada em referência a Gollum, cuja história se estende além de O Hobbit, enquanto a espécie Progarypus smaugi recebeu o nome do terrível dragão Smaug, o Dourado, que é encontrado em O Hobbit. Essa escolha dos nomes também destaca o fato de que ambos os personagens se escondem em cavernas profundas, assim como os pseudoescorpiões descobertos

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