Os influenciadores digitais, de fato, se transformaram em peças valorizadas na estratégia de marketing. Grandes empresas e instituições já perceberam a vitalidade dessa turma e dedicam 20% de suas verbas destinadas à comunicação para às postagens. Essa é a faceta visível, rentável e gloriosa.
No entanto, como qualquer outra estratégia, ela deve ser atenciosamente estudada por ambas as partes. Isso porque, dá mesma forma que uma companhia não pode ter seu nome ligado a uma personalidade com o histórico duvidoso, o influenciador, com todo poder que exerce sob seu público, jamais deve divulgar um produto que nem sequer sabe a real procedência.
Aos olhos do consumidor, há um risco evidente. Afinal, quem garante a qualidade do que é oferecido? Como são estabelecidas as fronteiras entre aquilo que parece espontâneo e o que é espaço comprado?
Para muitos a culpa é apenas do usuário que não pesquisou devidamente e se deixou influenciar. Mas, convenhamos, todo mundo já teve seu momento de fraqueza e foi motivado a obter um produto pela propaganda. E é justamente por esse motivo que o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) tem sido cada vez mais importante.
Um caso famoso e recente, por exemplo, é o dá influenciadora Virginia Fonseca que foi condenada pelo Juizado Especial Cível de Barra Mansa após ter indicado uma loja para a compra de um smartphone que nunca foi entregue. A atual nora do cantor Leonardo, teve de restituir à seguidora enganada pelo publipost e desembolsou R$ 2.639,90.
Ainda que a perplexidade acerca da responsabilidade do influenciador nessas situações persista, é preciso já avançar no tema e questionar se aquela pessoa que vem utilizando da imagem pública tem, ou não, responsabilidade sobre a sua comunidade e está apta a representar um produto.
Um modo de entender o estrago que pode vir atrelado ao mundo que brotou nas redes sociais, ali onde pululam boas histórias, mas também mentiras, é medir a força dos personagens que só expõem a cara em smartphones. Recentemente um estudo da MuseFind, plataforma americana de pesquisas, mostrou que 92% do publico alvo confiam mais nos vídeos improvisados e influenciadores digitais.
Por esses motivos, empresas, influencers e instituições devem tomar extremo cuidado quando o assunto é imagem. Até porque, na maioria das vezes, os únicos prejudicados são os consumidores.