O Ministério Público de Goiás recorre da absolvição de cinco policiais militares envolvidos em um triplo homicídio em Anápolis em 2021, alegando que o judiciário ignorou provas cruciais relacionadas ao caso Fábio Escobar.
Segundo o MP, a sentença que absolveu os policiais por legítima defesa desconsiderou evidências importantes. Os promotores citam laudos periciais sugerindo que as vítimas estavam possivelmente ajoelhadas no momento da execução, além da abordagem ter ocorrido em local isolado, longe de testemunhas.
Contradições apontadas
O recurso destaca contradições nos depoimentos dos policiais sobre o motivo do monitoramento das vítimas. Cada acusado apresentou uma justificativa diferente, variando entre dobra de placa, tráfico de drogas e roubo.
O MP questiona a anulação do depoimento do companheiro de Bruna Vitória, testemunha ocular da execução. A anulação foi determinada devido a supostas irregularidades no reconhecimento do Cabo Glauco, um dos envolvidos na morte da mulher.
Os promotores sugerem uma conexão entre os casos, com o Cabo Glauco sendo o ponto em comum entre as mortes de Bruna Vitória, do trio e de Fábio Escobar. Alegam que Glauco teria roubado o celular de Bruna, usado para atrair Escobar, e posteriormente a matado para encobrir o caso.
Júri popular
O MP defende que os elementos probatórios levantados devem ser submetidos a um júri popular. Argumentam que a sentença não demonstrou de forma conclusiva a presença de causa de exclusão do crime, usurpando a competência do Tribunal do Júri.
O recurso de apelação, assinado por 11 promotores, busca reverter a absolvição sumária e levar o caso a júri popular. O MP alega que há indícios suficientes de autoria e materialidade para justificar um julgamento mais amplo.