O vereador Assef Nabem (PMDB) foi cobrado por colegas na Câmara Municipal, a dar explicações mais convincentes acerca de seu pronunciamento na tribuna da Casa, em que deixou a entender a existência de recebimento de propina em troca de votos para a ampliação de uma área desafetada no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) em favor da empresa Neoquímica, visando um projeto de expansão da sua planta.
A vereadora do PSDB, Míriam Garcia, também da tribuna, pediu que o vereador fosse mais explícito em suas colocações, lembrando que o projeto da alienação da área foi votado na legislação passada e que ela foi a única a votar contrária à matéria. Mas, como a colocação do vereador não cita nomes – nem de corruptores e nem de corruptos – ela achou por bem fazer a cobrança, para que os fatos sejam clareados diante da opinião pública. “Não recebi qualquer proposta e me envergonharia se alguém me tivesse feito uma proposta”, ressaltou.
O vereador Assef Nabem reagiu afirmando que não fez nenhuma denúncia e que sua fala apenas reproduzia o que tinha “ouvido das ruas”. Mas, também, não deu a origem do boato ou da denúncia, se procedente. Míriam Garcia retrucou dizendo que se trata de colocações graves. Na verdade – enfatizou – “isso é um crime”. “Odeio conversa de bastidor, porque geralmente não é verdade”, sublinhou, acrescentando que não teve conhecimento do suposto esquema de propina trago à tona pelo vereador Nabem. Os dois vereadores ainda discutiram em torno do teor do projeto de desafetação, que teria sido modificado, de acordo com Nabem, para aumentar a área alienada de 13 mil para cerca de 17 mil metros quadrados.
O vereador Mauro José Severiano (PDT) também entrou no debate, e disse estranhar que só depois de passado um ano, o vereador do PMDB tenha levantado o fato. “Tem que apurar, tem que dar nomes aos bois”, cobrou. O presidente da Câmara Municipal, vereador Sírio Miguel, solicitou publicamente ao vereador para dar as explicações.
“Não fiz uma denúncia, fiz uma auto-defesa porque não estou envolvido”, defendeu-se Nabem, afirmando ter colocado à disposição a quebra do sigilo fiscal, telefônico e bancário seu e de sua família numa eventual investigação.
Após essa discussão, ocorrida na sessão ordinária da última segunda-feira, 16, não houve mais posicionamentos a respeito. Como a Câmara Municipal não dispõe de mecanismos regimentais para investigar e punir possíveis condutas de falta de decoro parlamentar, a não ser que o Ministério Público seja provocado, o caso deve mesmo cair em esquecimento. O bom e velho: “disse-me-disse”.
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