O que é ser um missionário? Para muitos, é apenas aquela pessoa que deixa sua cidade, sua família e segue para outro país com o objetivo de levar o Evangelho a povos distantes, geralmente em condições extremamente difíceis.
Essa, certamente, é uma visão equivocada. Uma pessoa pode estar a serviço do Reino, levando pessoas a Cristo e cuidando do próximo, sem necessariamente estar a milhares de quilômetros de sua casa. O chamado, a intenção e a forma como executa a missão que lhe foi conferida são os quesitos mais relevantes quando o assunto é ministério. A obra do Senhor precisa de pessoas com diferentes habilidades e competências, como está escrito em Romanos 12:6: “Portanto, usemos os nossos diferentes dons de acordo com a graça que Deus nos deu” (NTHL).
Usando a Missão Vida como exemplo, posso dizer que cada um dos profissionais envolvidos nas atividades é, sim, um missionário: tanto o pastor ou obreiro que assume a implantação de uma nova unidade há milhares de quilômetros de distância do lugar onde estava vivendo, quanto a equipe administrativa da sede nacional, a professora do Centro Educacional Vida e a cozinheira de um dos núcleos de recuperação. Todos, sem exceção, são imprescindíveis e cada tarefa é essencial. Ou seja, conhecer os talentos individuais e encaixá-los na engrenagem garantem a qualidade do serviço prestado e, principalmente, os resultados alcançados. Se designarmos um profissional da área de comunicação para coordenar o setor financeiro, muito provavelmente ele encontrará mais dificuldades e precisará de muito mais suporte e atenção que se o colocarmos no Departamento de Comunicação e direcionarmos ao Departamento Financeiro alguém com conhecimento em economia, contabilidade, etc.
Enfim, o grande segredo do sucesso é ter profissionais competentes em todos os setores. Assim como em uma empresa privada, no trabalho missionário organização, gestão e identificação do todo é fundamental. Contudo, apenas isso não é suficiente. É preciso agregar a tudo isso o chamado missionário e o amor a Deus e ao ministério que Ele lhe deu. Esse diferencial não vem de sua formação, mas provém daquele que o escolheu.
Além de suas habilidades profissionais, espera-se que um missionário esteja pronto a ouvir e acolher, ensine e viva os princípios bíblicos, tenha a oração como um hábito e a solidariedade como uma prática diária, exercite e alimente sua fé e ame o próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as coisas.
Não é fácil, mas é possível. Ao longo da caminhada e à medida de sua necessidade, o Senhor o sustentará e o capacitará para a missão que lhe foi confiada porque “é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus; não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus” (II Co 3:4-5), um parceiro da esperança.