É provável que você ainda tenha momentos nostálgicos lembrando dos dias que ia numa locadora de vídeo. Passava horas e horas lendo a contracapa do Dvd que tinha a síntese do filme. Ou até confiava na indicação das pessoas que trabalhavam e que já tinham visto o longa-metragem. E aí o filme é bom? Sim senhor, pode locar, eu já vi e indico.
Você saía satisfeito com a alma leve de que teria um momento descontraído, e muitas vezes, ao chegar em casa e iniciar a saga, se decepcionava com o conteúdo. Pronto! Motivo de ficar triste, pois já tinha pagado por aquela locação e agora não dava mais para voltar na loja e mudar o Dvd. Bom, muitos que vão ler o inicio deste artigo, vão se perguntar: Que mundo é esse dessa jornalista? Nunca vivi isso. Pois é, foi real, isso já vivemos. E não tem tanto tempo assim.
Porém, a geração do Netflix e de Reed Hastings revolucionou a locação de Dvds. Introduziu o sistema de assinatura, com entrega em domicílio e sem multa por atraso. Depois, reinventou o próprio negócio, deixando de lado a mídia física e investindo na transmissão de filmes por fluxo contínuo de dados (o chamado streaming), criando a Netflix que o mundo conhece hoje.
Na sequência, a fim de diminuir a dependência que tinha dos estúdios de Hollywood, Hastings deixou de ser apenas distribuidor para se tornar produtor de filmes e séries, estratégia que lhe garantiu milhares de horas de conteúdo e prêmios máximos, como o Emmy e o Oscar.
Confira: O mal não dorme
Depois de já estarmos acostumados com essa mordomia, a pergunta que não quer calar é: existe ainda outro mercado que precisa ser explorado? Sempre tem. E agora a era dos games. Qualquer nicho de mercado vai te dar espaço, basta você apresentar algo diferente e inovador. Foi o que este empresário e filantropo americano pensou e mesmo que isso seja sua ruina ou seu maior triunfo, vale a pena investir na ideia.
Você sabia que o mercado de jogos é maior que a indústria do cinema? As vezes você ainda não tinha ideia disso. Mas vou te dizer, essa fatia do mercado representa aumentar o faturamento em bilhões de dólares. Exemplo disso é saber que já há algum tempo a Sony tem se dedicado menos a fabricar televisores e mais em garantir a liderança de seu console PlayStation, bem como da loja para baixar games via internet.
A Netflix, que lidera com folga seu segmento, com mais de 200 milhões de assinantes no mundo, seria a candidata natural a dominar o cloud gaming e, por esse motivo, estaria disposta a investir nele tanto ou mais que Google e Amazon, incluindo aí a contratação de um executivo especializado.
Além de superar a dificuldade técnica de velocidade de reação aos comandos, qual papel a Netflix teria na era dos games por streaming? Seria distribuidora, desenvolvedora, licenciadora ou teria as funções combinadas? As respostas talvez sejam oferecidas em 2022, quando Hastings, ao lado de seu novo superexecutivo, ainda não anunciado, começar a pôr na mesa as cartas de sua estratégia.
Amo pensar que nem tudo foi criado, quando você acha que já viu de tudo nessa era da tecnologia, você pode colocar as barbas de molho, porque ainda assim, não será o fim. Conhecendo o histórico do CEO da Netflix, de vitórias transformadoras, não é impossível imaginar que, em breve, o público estará jogando de uma forma diferente, na frente da televisão.