Entre agosto de 2020 e julho de 2021, período de coleta da taxa oficial de desmatamento, o Cerrado Brasileiro perdeu 8.531 km² de vegetação nativa, um aumento de 7,9% em relação à taxa de 2020. Em 12 meses, o Cerrado perdeu em vegetação nativa o equivalente a cinco vezes e meia o tamanho da cidade de São Paulo. Foi a maior taxa de desmatamento do bioma desde 2015, já consideradas as mudanças nos limites do território do Cerrado, que se estende por áreas de doze estados, além do Distrito Federal.
O aumento da devastação no bioma é uma má notícia diante da crise hídrica pela qual o País atravessa e que impôs um aumento nas tarifas de energia elétrica e da inflação em 2020. Depois do desmatamento, as chapadas do Cerrado são convertidas em plantações de soja e milho, que parecem um imenso deserto no período de espera de um novo plantio. A consequência é a menor disponibilidade de água em importantes bacias hidrográficas, cujas nascentes se localizam no Cerrado.
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O aumento da devastação nesse bioma, também, faz aumentar a pressão de consumidores, sobretudo na União Europeia, contra a importação de produtos brasileiros oriundos de áreas desmatadas. E é o Cerrado que concentra a produção de grãos como a soja, o segundo maior produto de exportação do Brasil em 2021, atrás, somente, do minério de ferro.