Os dados (oficiais do IBGE) são assustadores. A queda na produção de bens duráveis, no Brasil, em março, foi de 23 por cento, voltando aos níveis de 2013 que registou baixa de 24 por cento em relação a fevereiro. É o reflexo da redução na montagem de automotores, que caiu 28 por cento, pressionada pelas paralisações e interrupções em várias unidades produtivas. O impacto negativo mais importante foi a de automóveis, reboques e carrocerias. O principal produto afetado foi o de automóveis, mas o segmento de caminhões, também, apresentou perdas, o mesmo acontecendo com o de autopeças.
A conta pode ser enviada para o efeito coronavírus, que virou a economia nacional às avessas. Mas, não foi, apenas, o setor automotivo. Houve quedas, também, na produção dos bens de capital, que caíram 15,2 por cento; bens de consumo 14,5 por cento; bens semiduráveis e não duráveis 12 por cento e bens intermediários 3,8 por cento. Houve contrações relevantes em atividades como a indústria de vestuário e acessórios, que caiu 37,8 por cento; couro, artigos para viagem e calçados, com redução de 31,5 por cento; móveis 27,2 por cento; produtos têxteis, queda de 20 por cento; bebidas 19,4 por cento; produtos de borracha e de material plástico, 12,5 por cento; produtos de minerais não-metálicos, 11,9 por cento. máquinas e equipamentos 9,1 por cento e, até, de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com queda de 10,9 por cento.
Esta situação fere de morte, principalmente, a economia de municípios que dependem da industrialização, caso de Anápolis, que tem o mais importante distrito destinado a atividades fabris no Centro Oeste. Na relação divulgada pelo IBGE, Anápolis se encaixa em, praticamente, todos os setores, indo desde a indústria automobilística, passando pela indústria farmacêutica, até à de transformação. É a pura realidade. Provavelmente, o Município vai experimentar uma queda substancial em seu processo de desenvolvimento, acompanhando uma tendência nacional.
Entretanto, nada que não possa ser revertido. É certo que para a reconstrução de uma economia sólida, passado o efeito avassalador da pandemia coronavírus, vai-se exigir, muito, da coletividade anapolina para o soerguimento necessário. Boas políticas de incentivo, campanha propondo o consumo direcionado à produção local, facilitações do setor oficial para que as empresas recobrem o caminho do crescimento e, acima de tudo, a união de todos em prol do bem comum. Fora disso, no entanto, não se enxerga como dar uma resposta à onda negativista que começa a tomar conta do Brasil, de Goiás e de Anápolis. Mas, com fé, boa vontade e, muito trabalho, vamos vencer mais esta.