Alessandra dos Santos Silva, 35 anos, passista da Escola de Samba “Acadêmicos do Grande Rio” se internou, em fevereiro deste ano, após esperar por seis meses na fila, no Hospital da Mulher “Heloneida Studart” para retirar miomas no útero e teve alta dias depois com parte do braço esquerdo amputada. Ela diz se lembrar que acordou em outro hospital (“Souza Aguiar”), de onde recebeu alta no dia 04 de abril, sem o braço. A Secretaria Estadual de Saúde e a Polícia Civil do RJ investigam o caso.
A Secretaria Estadual de Saúde disse que vai abrir uma sindicância para apurar o que aconteceu no Hospital da Mulher “Heloneida Studart”. A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 64ª DP (São João de Meriti) e que os agentes requisitaram o laudo médico de atendimento na unidade para fazer uma análise.
Um caso semelhante aconteceu em outubro do ano passado, Gleice Kelly Silva deu entrada no Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá para dar à luz e, dias depois, teve a mão amputada. Gleice teve uma hemorragia depois do parto e, segundo os familiares da jovem, os médicos decidiram criar um acesso venoso na mão dela para introduzir a medicação. Mas, durante o procedimento, a jovem relata que começou a sentir muita dor e incômodo. Logo depois, a mão foi ficando roxa e inchada. O quadro de saúde da jovem foi se agravando, e os médicos decidiram transferi-la para outro hospital da mesma rede, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Três dias após o nascimento da bebê, ela e os familiares receberam a notícia de que a mulher teria que amputar a mão.
Já, em Maceió, cinco profissionais foram afastados e uma sindicância foi aberta para apurar outro erro médico grave. Uma idosa de 73 anos entrou na sala de cirurgia para corrigir uma fratura no tornozelo, mas teve toda a perna amputada. Os profissionais envolvidos na amputação começaram a ser ouvidos pela direção do Hospital Geral do Estado. O diretor do hospital, Rodrigo Melo, disse que a equipe assumiu a culpa pela amputação. Uma sindicância foi aberta e cinco profissionais foram afastados. “Teve um dano e ele é irreparável”, disse o diretor. A cirurgia aconteceu na sexta (21 de abril). Para evitar que erros assim aconteçam, o diretor do hospital disse que o HGE segue um protocolo rígido de segurança.
Casos semelhantes a estes se repetem todos os dias pelo Brasil e começam a ser considerados “normais” pelas autoridades (in) competentes. A falta de sensibilidade, e, de responsabilidade, desse pessoal ultrapassa as raias do absurdo. Certamente que tais gestores e executores dessas barbaridades não podem mensurar o desespero e o sofrimento das famílias. Principalmente, quando se trata de famílias de baixo poder aquisitivo. Nesse País, como diz a canção de Zé Ramalho, leva-se uma “vida de gado. Povo marcado, povo feliz”.