Uma pesquisa publicada, esta semana, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz um dado curiosos: No Brasil, o número de idosos deve superar o de crianças e jovens de até 14 anos já em 2031. A tendência é mundial, embora a porcentagem brasileira seja maior do que a de vários países da América Latina. Isto quer dizer que nossa população envelhece mais rapidamente e a reposição (nascimentos) é mais lenta. Em resumo, em breve seremos mais idosos do que crianças e adolescentes. O que, por sinal, preocupa. A pergunta básica seria: quem vai cuidar do futuro desse País? O certo é que existe uma crescente transformação na sociedade brasileira quando o assunto é envelhecimento.
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Daí, também, as mudanças de comportamento, conceitos e estilos de vida. O tempo não para e as pessoas se preocupam com o amanhã. O estudo revela que, enquanto muitos escolhem viver sozinhos, com os filhos ou até em casas de repouso, outras alternativas e possibilidades começam a surgir, se bem que elas já existem há algum tempo na América do Norte e em muitos países da Europa. Começa a ganhar corpo no mercado imobiliário nacional a ideia de moradias de alto padrão com infraestrutura que acompanha as demandas que surgem para quem tem mais de 60 anos. Brasília já conta com, pelo menos, cinco projetos semelhantes, incluindo cidades do chamado Entorno do Distrito Federal. Em Anápolis, também, existe um projeto em andamento nesse sentido.
Em vez de uma instituição de longa permanência, com entrada e saída restrita, por exemplo, os antigos hotéis de repouso, ou casas de descanso, o comprador recebe um apartamento elaborado com sofisticação, totalmente independente, mas com acesso a uma variada gama de serviços, como atividades físicas especializadas e enfermaria 24 horas. Há duas modalidades: serviços já incluídos no valor do condomínio e outros, pagos à parte, conforme as necessidades da pessoa. Claro que esta modalidade, a princípio, contempla uma pequena faixa da população, ou seja, pessoas e famílias de melhor poder aquisitivo. Mas, a tendência, segundo o mesmo estudo, é a popularização desse tipo de serviço, justamente para abranger uma maior fatia da comunidade.
A verdade é que, sentimentalismos à parte, assim como costumes, tradições e culturas, os idosos passaram, em muitos casos, a se constituírem em estorvos e problemas para as famílias. Estas, também, registram mudanças profundas de comportamento, tendo em vista a necessidade premente de que marido, mulher e, muitas das vezes, filhos, saírem para o trabalho, ou para a escola, de manhã e, somente, retornarem à noite. Os idosos (pais, avós, tios e outros integrantes dos núcleos familiares) notadamente os viúvos, ficam desprotegidos, sem ter com quem se relacionar durante a maior parte do dia. Assim, surgiu a ideia de se criarem novas comunidades para acomodá-los, com novos conceitos, com novos procedimentos sociais. Seria uma espécie de nova família, com pessoas da mesma geração, com facilidades de se relacionarem. Se vai dar certo, ou não, só o tempo dirá.