Bom, fácil até, é discorrer sobre o óbvio. Em política, no entanto, o óbvio prega algumas peças. O antigo Senador Magalhães Pinto cunhou uma frase lapidar na política: “eleição é como nuvem, cada dia se apresenta de um jeito”. Pois bem, em Anápolis, o óbvio é acertar quem será o próximo prefeito. Qualquer ser do reino animal ou mineral entre 1 e 100 anos de idade sabe que, se Antonio Gomide não chutar a santa, não brigar com o bispo, não blasfemar contra os pastores nem desdenhar do despacho de encruzilhadas, será reeleito prefeito. Mais fácil nevar em Anápolis que Gomide perder esta eleição.
Menos óbvio é projetar sobre os futuros ocupantes da Câmara Municipal de nossa Cidade. Todos os quase quinhentos candidatos acham que têm chances reais de vencer e, se somarmos suas projeções pessoais de votação, chegaremos à conclusão que existem quase um milhão de eleitores em Anápolis. O problema é que somente temos 23 vagas a serem ocupadas e o número de eleitores é de pouco mais de 240.000 votantes. Se descontarmos as abstenções, os votos em branco e os votos nulos, sobram cerca de 180.000 votos a serem distribuídos por candidatos agrupados em 13 coligações, o que nos permite deduzir que serão necessários cerca de 8.000 votos para que cada coligação eleja um vereador.
Nas últimas eleições, oito candidatos tiveram votação superior a 2.000 votos, 17 foram sufragados por mais de 1.500 eleitores e vinte e três tiveram entre 1.000 e 1.500 votos. Portanto, juntos, estes 48 candidatos obtiveram metade de todos os votos destinados a vereadores, ou seja, enquanto alguns participam com reais chances, outros, embora legitimamente, tão somente brincam de ser candidatos.
Analisando todas as coligações e também a votação de seus principais candidatos nas eleições passadas, antevejo dificuldades para que os candidatos do PCdo B, do PT do B e também das coligações PSL-PV e PPS-PSDC obtenham êxito nestas eleições, embora não descarte que, principalmente, a coligação PPS-PSDC e o PT do B tenham efetivas chances de obterem o quociente eleitoral.
Dito isto, aventuro-me a dizer que o PT e a coligação DEM-PSDB, devido a força de seus candidatos e, principalmente de suas legendas, são aquelas mais próximas de elegerem três candidatos. Também podem eleger três candidatos, embora mais remotamente, as coligações PP-PMDB e PDT-PTC.
Vamos, pois, aos favoritos. Pelo PT: Dinamélia Rabelo, Éber Mamede, Gilberto Longhi, Letícia Silva, Lisieux, Luis Lacerda, Geli, Alaor e Wilmar Silvestre disputam três vagas. Meu palpite, Lisieux, Longhi e Dinamelia.
Pelo DEM-PSDB, as vagas devem ficar com Mirian Garcia, Marquinho da Auto Escola e Fernando Cunha. Correm por fora Valter Vosgrau, Miguel Marrula e Hugo França. Briga de gente grande na coligação PP-PMDB, com uma das duas vagas provavelmente contemplando Pedro Mariano. A outra vaga, ou duas outras, deverão ficar entre João Feitosa, Volney Martins, Achiles Mendes e Eli Rosa.
Na coligação PRP-PTB, Frei Valdair deverá ficar com uma das vagas enquanto a outra poderá ser de Luiz Garcia, Dominguinhos do Cedro, Pedrinho do Porto Rico e, mais remotamente, Terrinha ou Helio Bernardes. A coligação PSC-PPL poderá eleger Nassim Farah, Amilton, Jerry Cabeleireiro ou Ilmar Bá. Uma outra briga que promete está no PDT-PTC, onde Maurão, Valmir Jacinto, Paulinho da Marmoraria e Neila Machado disputam duas vagas. Também briga boa no PSB entre Atair Pio, Sírio Miguel e Jackson Charles por duas vagas, sem menosprezar a capacidade de Jorge Matsubara e Thales Reis. Pelo PTN-PRB, Zé Chaveiro, Cleliana, José Rosa e um dos pastores da Universal Cleudimar e Wilson Gomes, disputam duas vagas. Correndo por fora, o Maestro Vando.
Finalmente, se conseguirem quociente eleitoral, Gina Tronconi pelo PPS e Jacob da CELG, Josmar Moura e Claudio Romero pelo PHS-PSD. Além de Fernão Ivan, Ricardo Teles, Carlos Salvador e Marcelo Pina, do PT do B, disputam as vagas restantes. No fim as urnas, dirão se tenho vocação para adivinho.
Por fim, quem sabe esteja redondamente errado. Bom que não me aventuraria mais a realizar o papel de pitonisa e voltaria a minha insignificância de cronista, ruim, do cotidiano.
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