Saneago e prefeitura promoveram novo encontro no início da última semana. Mais uma vez foi para a discussão sobre o andamento das medidas para se aperfeiçoar o abastecimento de água na cidade. A série de reuniões começou no gabinete do prefeito Antônio Gomide, seguida de uma visita às estações de captação e tratamento, além da exposição dos trabalhos na Câmara Municipal. Embora as explicações da empresa fossem convincentes, vereadores e o próprio chefe do executivo deixaram claro que irão pressionar para que as medidas anunciadas sejam, de fato, concretizadas.
De acordo com o presidente da Saneago, desde janeiro, várias ações de curto e longo prazos têm sido executadas no município. Citou como exemplo a troca de 40 mil hidrômetros com vida útil vencida, a colocação de sete ventosas (aparelhos para eliminar as bolhas de ar na tubulação) na dutora da estação de abastecimento do ribeirão Piancó e a troca de quatro bombas propulsoras.
Para essas medidas foram investidos R$ 7 milhões. Segundo o presidente, com as ações iniciais foi possível se obter um ganho na captação de 120 litros de água por segundo, ou seja: o atendimento ampliado para mais de 70 mil pessoas. Nicomedes Borges explicou que, em pouco tempo, com os planos executados, os anapolinos poderão dar adeus à falta de água.
Vereadores
Mesmo diante da afirmativa, no encontro realizado na Câmara Municipal, onde representantes da Saneago expuseram o planejamento para os próximos 10 meses, a visita gerou polêmica.
Os vereadores Mauro José Severiano (PDT) e Amilton Batista (PTB) foram enfáticos ao cobrar que o problema da falta de água em alguns bairros da cidade seja solucionado de forma emergencial. Para complementar o pedido, o prefeito Antônio Gomide deu voto de confiança à atual administração da Saneago e prometeu aos vereadores uma cobrança incisiva nessa questão.
Investimentos
Falando sobre os investimentos realizados em Anápolis, Áttila Jardim, gerente da regional de serviços da Saneago no Município, destacou as quatro bombas de eixo horizontal implantadas na cidade. Para esse procedimento foram gastos, ao todo, R$ 3,709 milhões. Nesse valor estão inclusas as benfeitorias: implantação de gradeamento, placas defletoras nos pontos de sucção, e instalação de ventosas.
No entanto, o prefeito disse que os procedimentos já realizados não resolvem 100% dos problemas. Durante a tarde, os representantes da Saneago e da administração municipal fizeram uma visita in loco ao reservatório de água do Rio Piancó e avaliaram a atual situação.
Durante o encontro Nicomedes Borges afirmou que dois novos reservatórios estão sendo construídos na cidade para garantir um serviço de abastecimento de qualidade: no Bairro Giovanni Braga e na Vila Mariana. Outra medida que será adotada é a duplicação da dutora do Córrego Capivari que aumentará a oferta de água na estação de captação de Piancó.
Antônio Gomide avaliou como positivo o plano de trabalho já realizado em Anápolis, com a melhoria de tecnologia dos equipamentos e a redução da perda de água da captação até as torneiras.
D
aia
O abastecimento de água no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) que, atualmente, é feito pela Goiásindustrial, é de interesse da Saneago. “Pode haver mudanças significativas se a Saneago passar a administrar o sistema”, afirmou presidente da estatal. Ele disse ainda que isso (tratamento de água) não é atividade do Daia.
O diretor de produção da empresa, Luiz Humberto, disse que o Daia não opera 24 horas e as estações ficam ligadas em apenas um expediente. “Essa é uma discussão em nível de governo e podemos adequar o sistema de abastecimento da região com quantidade e qualidade”, ressaltou.
O prefeito Antônio Gomide ressaltou que a região é vitima da falta de abastecimento. “Nós queremos melhor tratamento de água para aquela área que possui mais de 40 mil moradores”, explicou. Na próxima semana, está agendada uma reunião com o secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, para verificar o que pode ser feito para o Daia e aumentar a rede de abastecimento que hoje é de 1.340 litros por segundo.
T
apa-buracos
Uma preocupação colocada em pauta durante o encontro é o trabalho executado pela Saneago nas ruas, com operações de reparos, que, invariavelmente, causam danos à camada asfáltica. O prefeito Antônio Gomide disse ter interesse em assumir a responsabilidade do “tapa-buracos” após os cortes feitos no asfalto pela empresa. Segundo Gomide, a demora da Saneago em realizar o serviço, prejudica os moradores e influencia diretamente na qualidade da administração já que a população entende que o trabalho deve ser executado pela prefeitura.
Nicomedes Borges afirmou que o mesmo procedimento está sendo adotado em outras cidades do Estado e os resultados são de sucesso. “A sintonia da prefeitura com a empresa é de suma importância”, disse. Para ele, o convênio com a Prefeitura já pode ser iniciada no mês que vem.
M
unicipalização
Uma questão debatida em plenário no início do mês de abril, a municipalização da água, está descartada pelo executivo. Segundo o presidente da Saneago, a tentativa do atual presidente regional do PMDB e ex-prefeito de Catalão, Adib Elias, é completamente infundada. “Adib Elias prega no Estado o sucesso da municipalização em Catalão, mas o que ele não fala é que pegou o sistema organizado e que agora que a unidade de tratamento precisa de investimento, foi colocada à venda”, denunciou.
Sobre esse assunto, o presidente Nicomedes Borges entregou um documento ao vereador Wesley Silva (PMDB) acerca do processo requerendo a liminar antecipatória de tutela recursal (apelação cível 200201787460) que segue para análise no Supremo Tribunal Federal. Ou seja, o processo de licitação para administração do sistema de água e esgoto em Catalão, (número 026/2006) está sub judice.
No entanto, o prefeito Antônio Gomide tratou de descartar a hipótese de municipalização do serviço em Anápolis. “Precisamos dar um voto de confiança à Saneago para que seja cumprido o contrato”, disse.
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