
Certas coisas, nem sempre, acontecem na melhor hora. E, justo agora, quando estamos num momento crucial que exige união para salvar vidas, o debate político voltou com força e até de forma mais acirrada entre os setores rotulados de esquerda e de direita no País.
É importante estar atento aos fatos, fazer o debate político. Afinal, é na política que via de regra são traçados os destinos de cada um de nós brasileiros. Temos, inclusive, de ter essa consciência ao fazermos as nossas escolhas, tamanha é a responsabilidade.
O que não pode é que o debate político ocupe todo o espaço, que neste momento deveria estar voltado à preocupação com as pessoas que morreram, com as que podem morrer e com aquelas que precisam de tratamento e podem não encontrar. Nada é mais relevante do que a vida.
Precisamos, sim, do debate político porque é preciso amadurecer o eleitor e as práticas democráticas. Mas, nesse momento, não é importante ver quem “grita” mais alto, se esse grito é de esquerda, se é de direita. O que precisamos de escutar são as vozes da ciência e da medicina; dos profissionais que estão na linha de frente para salvar pessoas que, às vezes, podem ser de nossas famílias, de nossos círculos de amizade e de trabalho.
Quem sabe, até, possamos fazer com que o debate político deixe de ser meramente partidário-ideológico, para ser um debate político propositivo, de busca de soluções, de unidade e não, apenas, de discursos raivosos e de divisionistas, seja de que lado for.