A recente visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Goiás, deixou ainda mais escuro o túnel que leva à sucessão de Alcides Rodrigues, em 2010. A intenção era outra, se supunha. Ou seja, unir as forças políticas para dar um palanque consistente à sucessão presidencial e, de quebra, tirar as possibilidades do tucano Marconi Perillo retornar ao cargo.
Para combater Marconi, a tática foi bater na tecla da Celg. O presidente Lula prometeu que haverá uma resposta ágil ao problema, que tem emperrado a Administração Alcides Rodrigues. O presidente até falou que, encerrando o mandato, entraria para o ramo da músicas, e faria uma dupla com Alcides. Seria essa, afinal, uma boa ou uma má idéia? Ainda tem muita gente se debatendo com esta interrogação na cabeça.
O presidente deixou escapar uma oportunidade e tanto para promover o seu partido que, através do deputado Rubens Otoni, figura em destaque no quadro sucessório goiano. Poderia, também, dar combustível à aliança PT-PMDB. E essa sinalização não aconteceu.
O presidente Henrique Meirelles foi o único a capitanear acenos positivos de Lula. Mas ele próprio, Meirelles, tem muitas dúvidas sobre o projeto político para 2010. Não por falta de preparo intelectual, mas obviamente é um nome novo que precisa ainda de muita penetração na grande massa do eleitorado. Lula poderá ser um grande cabo eleitoral, mas não se sabe até onde vai essa capacidade de transferir votos. Agora, também, não se pode ignorar a projeção que o presidente do Banco Central tem entre os formadores de opinião, que pode jogar a seu favor. Mas Lula, no palanque, disse em alto e em bom som, que formador de opinião é o povo.
Assim, a sucessão estadual segue embolada e assim deve permanecer por mais alguns dias. Ou, pelo menos, até a primeira semana de setembro, quando aqueles que forem se candidatar a cargos eletivos no ano que vem, devem estar com a situação partidária definida. É o caso, principalmente, de Henrique Meirelles, que por força do cargo que ocupa atualmente, não pode estar ligado a nenhum partido. Nem mesmo pode ficar por ai falando de política.
E Marconi Perillo. Este está assistindo de camarote. Sobre sua candidatura, não diz que sim, nem que não. Como bom tucano, se aninha em cima do muro e fica observando. O senador é um bom articulador político e não está parado. Busca, nos bastidores, se aliar a antigos aliados, como o Democratas.
Bom, de qualquer forma, a ressaca da passagem de Lula em Goiás deve ainda durar algum tempo. E Lula, que prometeu vir mais três vezes em Anápolis antes de encerrar o mandato no ano que vem, vai ter que esmerar no discurso. Agradar a gregos e goianos é muito difícil.
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