Durante passagem por Anápolis, deputado Arthur Lira também falou sobre outras pautas importantes na Casa e sobre “previsibilidade” ao País
Em entrevista coletiva à imprensa, após solenidade em que recebeu a Comenda Gomes de Souza Ramos, durante a programação do aniversário dos 114 anos de Anápolis, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que há certa dificuldade para a aprovação de mudanças mais substanciais no sistema eleitoral, que possam vigorar já no pleito do ano que vem.
Segundo Lira, por se tratar de propostas que alteram a Constituição, é preciso que as mesmas primeiras passem pelo crivo da Comissão Especial para, então, seguir à votação em plenário.
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“Eu tenho hoje uma radiografia de muita dificuldade de haver mudanças na Comissão Especial e, se não passar na Comissão, não chega ao plenário para votar e se não chega, uma das propostas que muitos deputados defendem, o chamado distritão pode não se viabilizar”, destacou.
O presidente disse, entretanto, que se de fato for esse o cenário, pode se manter o sistema atual com algumas alterações que já tiveram tramitação no Senado e devem ser votadas na Câmara, como a questão do fim dos partidos que não fizerem legenda; as propostas para valorizar e fomentar a candidatura de mulheres, inclusive, com cotas de vagas na Câmara e n Senado.
Lira acrescentou que outras mudanças podem ocorrer, mas é ´preciso esperar pela decisão dos deputados, em relação às propostas que estão sendo debatidas no âmbito da reforma política.
Voto auditável
O presidente da Câmara dos Deputados falou também, na entrevista, sobre o seu posicionamento em relação ao voto auditável (ou, voto impresso), polêmica que tem sido recorrente nos debates em Brasília, devido às manifestações do presidente Jair Bolsonaro, dando a entender que o sistema atual tem fragilidade.
Arthur Lira ressaltou que participou de oito eleições- duas como candidato a Vereador; três como candidato a Deputado Estadual; e três como candidato a Deputado Federal e que nunca teve nenhum problema.
Contudo, observou que há uma parcela da população que contesta o modelo atual e, na sua opinião, não há nenhum problema em se discutir uma proposta de voto auditável. Mas, na sua avaliação, é uma questão que não tramita no Legislativo com muita facilidade, devido à resistência de alguns partidos.
Outras pautas
Na coletiva, o presidente da Câmara destacou que a Casa tem outras pautas importantes para o retorno das atividades no mês de agosto, citando o caso de pontos da reforma tributária e a privatização dos Correios.
“Nós temos uma pauta bastante reformista e todos os líderes na Casa têm esse compromisso, os deputados estão cientes dos seus deveres”, frisou.
Ainda, disse que no atual momento, de grande divisão, é preciso buscar “dar estabilidade e previsibilidade ao País, sobretudo, quando a temperatura sobe muito, temos de olhar para todos os lados, buscando alcançar saídas mais plausíveis para todos”.