Em entrevista, Domingos Paula, ressaltou que é preciso esclarecer a verdade “doa a quem doer”
Nos últimos dias, mesmo dentro do recesso parlamentar, a movimentação na Câmara Municipal de Anápolis tem sido intensa. E, mais do que isso: tensa.
Isso, por conta de áudios vazados atribuídos ao vereador Delcimar Fortunato (Avante) e que se esparramaram como rastilho de pólvora nas redes sociais, abrindo margem para especulações e julgamentos de toda natureza, mesmo, ainda, sem a devida comprovação dos fatos trazidos à tona nas gravações.
De início, Delcimar negou ser ele a figura (e a voz) por trás dos áudios vazados. No primeiro áudio, o vereador faz menção de um suposto repasse de recursos do então candidato ao Senado, Marconi Perillo, para colegas seus no parlamento.
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Foram citados: Luzimar Silva (Mobiliza), João da Luz (PSC), Cleide Hilário (Republicanos), Thaís Souza (PP) e Cabo Fred Caixeta (Avante).
Em entrevistas concedidas ao repórter Lucivan Machado (Rádio Manchester), Cleide Hilário, Thaís Souza e Fred Caixeta negaram ter recebido os repasses mencionados. João da Luz não havia se pronunciado e Luzimar Silva disse que na campanha de Marconi, contribuiu com indicação de pessoas para o trabalho de campo da campanha, mas que não recebeu recursos e não fez nenhum pagamento.
Em outro áudio vazado, Delcimar cita que os colegas Jakson Charles (PSB) e Edimilson do Supermercado Serve Bem (PV) estariam tentando “derrubar” o presidente. E, ainda, cita (sem citar nome) que uma empresa terceirizada da Câmara estaria pagando festa de aniversário no restaurante Coco Bambu.
Apuração
Em entrevista também ao repórter Lucivan Machado, nesta quinta-feira, 25, o presidente Domingos Paula disse que a situação chegou num ponto “insustentável”. Ele orientou Delcimar a registrar uma ocorrência policial para a apuração dos vazamentos supostamente ilegais.
Isso, sem prejuízo da apuração dos fatos que foram trazidos nas falas gravadas.
Domingos Paula ressaltou que tudo que eventualmente for de errado envolvendo não só vereadores, mas também, servidores efetivos e comissionados da Casa, inclusive, até, terceirizados, são apurados e se for o caso, encaminhados à Corregedoria e ao Conselho de Ética.
“É preciso apurar e se alguém tiver culpa, que seja punido”, afiançou o presidente. E cobrou que o vereador envolvido no imbróglio fale a verdade, “doa a quem doer”.
Destempero
Não é a primeira vez que o vereador Delcimar Demonstra destempero nas suas falas. Ele já fez críticas a colegas e depois voltou atrás. No ano passado, ele causou desconforto na casa, depois de se envolver em uma discussão de rua, num final de semana. Até aí nada anormal, não fosse o fato de ele estar com um carro do Legislativo e, ainda, estacionado de forma irregular na calçada.