Em junho de 2020, a produção industrial goiana avançou 0,7% frente a maio do mesmo ano (série com ajuste sazonal), sendo o terceiro aumento do ano consecutivo. Em 2020, a indústria goiana só teve retração no mês de março, quando se iniciaram as medidas de isolamento social. Já a produção industrial nacional avançou 8,9% na mesma base de comparação, intensificando a expansão observada no mês anterior (8,2%). Os dois meses seguidos de crescimento eliminaram parte da perda de 26,6% registrada em março e abril, no ponto mais baixo da série.
Na comparação com junho de 2019, a indústria goiana cresceu 5,4%, sendo o maior avanço no ano e também o maior do país, mostrando assim que o mês de junho de 2020 é melhor que o de 2019, mesmo com pandemia. Já em nível nacional, a produção diminuiu 9,0%, sendo a oitava queda consecutiva da série histórica. Se por um lado os índices da indústria nacional foram negativos tanto para o fechamento do segundo trimestre de 2020 (-19,4%), como para o acumulado do primeiro semestre do ano (-10,9%), por outro lado, a indústria goiana já obtém um acumulado de 0,9% no primeiro semestre do ano.
Alimentos e medicamentos

Crescimento teve influência da fabricação de produtos alimentícios e de medicamentos Para entender melhor a variação de 5,4% da indústria goiana em junho de 2020 em relação a junho de 2019, a Tabela 2 mostra a variação por segmento da indústria. As principais variações positivas foram observadas na fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (19,2%), sendo o maior aumento desde outubro de 2019 (20,5%); seguido da fabricação de produtos alimentícios (10,7%), sendo o melhor resultado desde maio de 2019 (16,4%); e da fabricação de produtos de minerais não-metálicos (3,5%), sendo o primeiro resultado positivo, depois de três quedas consecutivas. Os produtos que mais influenciaram para o resultado em cada setor foram medicamentos para a primeira, açúcar VHP e açúcar cristal para a segunda e misturas betuminosas fabricadas com asfalto ou betumes e cimentos “Portland” para a terceira.
Por outro lado, as variações negativas foram observadas nas atividades de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-60,9%), sendo a quarta queda consecutiva, acumulando uma perda de 50,2% nesse primeiro semestre de 2020; seguido pela fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (- 7,8%), que teve 3 quedas consecutivas, mas acumula no ano uma queda de apenas 2,5%, devido ao crescimento do primeiro trimestre; e, por fim, pela fabricação de outros produtos químicos (-9,3%), que teve 3 quedas consecutivas, mas ainda acumula no ano um crescimento de 2,2%, devido também ao primeiro trimestre, que foi positivo. Os produtos que mais influenciaram o resultado em cada setor foram automóveis com motor a gasolina, álcool ou bicombustível para a primeira, latas de ferro e aço para embalagem de produtos diversos para a segunda e superfosfatos para a terceira.
Goiás e Rio de Janeiro
Em junho de 2020, 14 dos 15 locais pesquisados tiveram taxas positivas na comparação com maio, na série com ajuste sazonal. Os maiores avanços foram no Amazonas (65,7%) e no Ceará (39,2%).
Rio Grande do Sul (12,6%), São Paulo (10,2%) e Santa Catarina (9,1%) também mostraram expansões mais intensas do que a média nacional (8,9%). Apenas Mato Grosso (-0,4%) apresentou recuo. As informações são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. O Gráfico 1 mostra como os estados se comportaram no mês de junho de 2020, em relação a maio de 2020, na série com ajuste sazonal. No crescimento de 8,9% da atividade industrial na passagem de maio para junho de 2020, na série com ajuste sazonal, observa-se perfil disseminado de resultados positivos alcançando 14 dos 15 locais pesquisados. O comportamento reflete a ampliação do movimento de retorno à produção (mesmo que de forma parcial) de unidades produtivas que interromperam seus processos produtivos, por conta dos efeitos causados pela pandemia da COVID-19.
Dos 15 locais pesquisados, apenas dois possuem acumulado no ano positivo, mostrando que nesses locais a indústria no primeiro semestre de 2020, foi melhor que o de 2019. Os únicos locais que possuem acumulado positivo no ano são Rio de Janeiro (2,3%) e Goiás (0,9%).
PIM-PF
A Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) gera indicadores de produção mês a mês para as indústrias extrativa e de transformação. As informações nos permitem analisar o nível da produção ao longo do tempo para uma mesma Unidade da Federação ou entre Unidades da Federação, em diferentes setores de atividade. (Com informações da Assessoria do IBGE/GO)