Por Eduardo Brandão
O patrocínio vem sendo muito difundido e bastante usado em estratégias de marketing nesses tempos atuais, apesar de não ser uma ferramenta nova. É uma via de mão dupla, o patrocinado ganha recursos para continuar seu bom trabalho, enquanto o investidor fatura com a divulgação do seu negócio e fortalecimento da sua marca.
Por lógica é muito mais rápido e eficiente uma empresa estabelecer uma ligação com uma pessoa, evento ou local que já tem um grande público, já que os consumidores procuram por identificações, e quando as encontram se tornam fiéis e protetivos com relação a essa “persona” e é aí que as marcas encontram uma brecha, entrar no meio dessa relação e se mostrarem necessárias para aquele público.
É muito comum nos depararmos com empresas fazendo parcerias com times, festas ou influencers, principalmente se for um negócio novo, que ainda não alcançou uma audiência específica. Esse relacionamento quando feito de maneira limpa, clara e sem tentativas de
enganação, seja a longo ou curto prazo, traz impactos diretos no faturamento da instituição, por isso é algo muito utilizado e que traz incontáveis benefícios.
Mas essa técnica exige no mínimo uma pesquisa e acompanhamento prévio para se ter a certeza de que a reputação do patrocinado realmente trará um resultado positivo, quando essa etapa é ignorada as coisas podem não fluir da maneira esperada. O impacto negativo também é recorrente, associar-se a uma reputação questionável ou “inventar” um ponto em comum pode manchar a imagem da empresa por muitos anos, e isso já foi visto diversas vezes ao longo das últimas décadas.
Um caso que rendeu muita polêmica foi à parceria firmada entre a Friboi e o cantor Roberto Carlos no ano de 2014, o “Rei” como é comumente chamado, fechou um contrato de 45 milhões com a JBS mesmo sendo vegetariano assumido, e por isso ambas as partes foram duramente criticadas, muitos citaram o fato do cantor nem tocar no bife posicionado à sua frente durante a peça publicitária criada.
Outra campanha que também chegou a ser muito comentada no ano de 2015 foi a parceria da apresentadora Angélica com a Perdigão, quando apresentava o programa “Estrelas” ela sempre contava aos seus convidados que evitava ingerir carnes vermelhas, mas durante o vídeo criado pela empresa, Angélica aparece dando uma bela mordida em um cachorroquente, o público não deixou passar em branco e ambas as partes se pronunciaram depois que a campanha foi veiculada.
Nesse ano de 2022 o ataque da Rússia à Ucrânia também trouxe uma onda de cancelamento de contrato de empresas com atletas russos, mesmo não sendo necessariamente um erro dos contratados, mas abrange algo muito maior, a maioria das empresas reverteu essa verba para o auxílio, proteção e reconstrução da sociedade ucraniana.
Então é necessário que os valores de ambas as partes estejam em sintonia, criar uma característica em comum visando apenas o lado financeiro, além de trazer riscos à empresa, reflete condutas que não devem ser perpetuadas. E no final de tudo, o mais importante é ter uma estratégia específica para o controle e redução de danos, já que as corporações estarão sujeitas a isso e o público poderá ser compreensivo desde que haja verdade e sinceridade por trás do marketing.
Logo, temos que grande parte dos patrocínios conquistam seus objetivos por meio de uma vantagem positiva com as marcas, porém, há casos raros que fatores externos como os acima exemplificados colocam em risco toda a reputação de uma empresa devido à rapidez da disseminação da informação dessa nova era, por isso, é preciso estar atento, agir rapidamente e com segurança para evitar qualquer crise. Desta forma, asseguro, que a chance de qualquer problema com o patrocínio como estratégia de marketing será infinitamente menor ou quase zero.