Quem anda pelo centro de Anápolis nas primeiras horas da manhã, fica impressionado com as ruas limpas. Não se vê um papel, uma casca de fruta, uma garrafa, um saco de lixo. De madrugada, os garis fazem um extraordinário trabalho que é digno de nota. De fato, o anapolino consciente, aquele que tem noção do que seja limpeza pública, fica orgulhoso de sua cidade. Parece coisa de povo civilizado.
Todavia, assim que começa o movimento comercial, bate a frustração. Em poucas horas, tudo o que fora feito na madrugada, é desfeito por um exército de pessoas que não têm qualquer compromisso com o meio ambiente e com a qualidade de vida. O que se vê nas ruas de Anápolis a partir de nove da manhã, são cenas de mau comportamento, de descompromisso com a urbanidade e, quem sabe, de deseducação para a convivência em meio à sociedade.
Tudo começa com algumas lojas que espalham papel picado, sobras de embalagens, sujeira dos seus tapetes. Depois vem a própria população. São centenas de milhares de panfletos distribuídos pelas ruas e jogados ao chão poucos metros adiante. Embalagens de alimentos em geral, garrafas pet, invólucros de sorvetes, de balas, chocolates. Palitos de picolés, latinhas de refrigerante e, papel. Muito papel.
Saindo do centro para os bairros, inclusive os chamados bairros nobres, encontram-se, também, milhares de residências e estabelecimentos comerciais, onde o que não falta é mau exemplo. A partir do acondicionamento do lixo produzido nos domicílios. Poucas são as casas que ostentam as lixeiras. A maior parte faz questão de deixar os sacos plásticos, as latas e outros recipientes, no chão mesmo. Sem contar as inúmeras residências de onde o lixo varrido do interior das casas e dos quintais, é jogado, sem nenhuma cerimônia, nas vias públicas.
Certamente que não se pode afirmar que em Anápolis só existem pessoas sem noção de civismo no que diz respeito à limpeza e à conservação ambientais. Mas que muita gente, incluindo crianças, jovens e adultos, precisa, de fato, repensar seus hábitos e rever seus conceitos, isso é uma grande verdade. Para-se aqui, para não se abordar a questão dos terrenos baldios, cheios de detritos, das empresas que dispensam toneladas e mais toneladas de lixo por todos os cantos e, muito mais do que isso, daqueles que recebem para transportar os entulhos para locais seguros e os atiram no primeiro terreno baldio que encontram pela frente. Uma vergonha!