O Brasil é um país engraçado, mesmo. Enquanto milhões de famílias estão receosas, com medo, até, de saírem à porta, devido covid-19, outros tantos milhões se prestam a assistir, religiosamente, um reality show que existe há duas décadas e que arrecada milhões e milhões de reais por conta dos telefonemas para se votar em quem fica e em quem sai de uma determinada casa. Mas, é muito dinheiro mesmo. Dinheiro que daria para se desenvolver uma campanha humanitária e ajudar na saga que é buscar uma solução para o vírus coroa.
Mas, vai saber… O que prende, tanto, a opinião e atenção dos brasileiros (dizem que em outros países seria semelhante) ao bisbilhotarem, diária e constantemente, o que algumas pessoas, pinçadas em diferentes setores da sociedade, fazem nas 24 horas do dia? E, é bom se observar: não são coisas tão lúdicas, inocentes, aceitáveis e corretas. Seria esta a causa de tanto sucesso?
Do outro lado da história, o Brasil acompanha, passo a passo, o que se procura fazer e o que tem sido feito na busca de uma resposta ao coronavírus. Qual seria sua verdadeira história, por que ele tem dado tanto trabalho à comunidade médica apesar dos avanços da ciência e insumos para tentar freá-lo? E, vêm outras perguntas, também perturbadoras e intrigantes: Até quando a humanidade vai conviver com isto e qual será o resultado final desta hecatombe?
E, os que sobreviverem, que futuro os espera? Uma sociedade modificada pelo medo, talvez. Famílias em luto, empresas falidas, governos destruídos? Fome, miséria, aumento da violência? Tudo é uma incógnita. Quem sabe, o efeito coronavírus tenha surgido para unir, mais, as famílias, as comunidades, para incentivar o fraternalismo, para se mudarem conceitos, para criar-se nova ordem social, com as pessoas entendendo que não têm superpoderes, que não dominam tudo, que não sabem tudo.
E, para os que não acreditavam no estrago que este vírus faria, certamente não existem mais dúvidas. Quando homens (e mulheres) importantes, chefes de estado, autoridades militares, governantes, artistas, desportistas (enfim, gente mundialmente famosa) são derrotados, pelo vírus, a ponto de muitos perderem a vida, acende a luz amarela da preocupação e quem tem amor próprio, por certo, passa a refletir mais. Para quem não tem nada disso, existem os reality shows à disposição.