A principal novidade este ano é a volta de candidaturas femininas ao cargo majoritário, depois de 16 anos, apenas, com candidatos homens
Dos quatro prefeitos eleitos no século 21 em Anápolis, pelo menos três saíram de improváveis vitórias. A mais enigmática de todas foi, sem dúvidas, a de Ernani de Paula, no ano 2.000, que venceu o consagrado político Adhemar Santillo, que tinha larga experiência no mundo eleitoral.
Ernani, até então, era conhecido como o proprietário de uma fazenda modelo (Fazenda Barreiro) que nem era situada no Município de Anápolis e, sim, em Silvânia. Mas, com uma campanha ousada, inteligente e prática, contrariou a todos os prognóstico e venceu com relativa facilidade. Seu mandato, entretanto, durou pouco mais da metade pois ele acabou cassado pela Câmara Municipal. Seu sucessor foi o vice Pedro Sahium que encaminhou uma campanha dentro da lógica e conseguiu se reeleger ao derrotar o deputado federal Rubens Otoni (PT).
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Em 2008 outra vitória inesperada, com o então vereador Antônio Gomide, do Partido dos Trabalhadores, que nunca havia vencido as eleições para Prefeito de Anápolis, embora tenha chegado perto com as candidaturas de Rubens Otoni e Luiz Antônio de Carvalho, em épocas diferentes. Gomide, que não frequentava a liderança nas pesquisas, teve um desempenho eficiente e superou o estigma que incomodava o PT, que participou de todas as disputas para a Prefeitura de Anápolis. Ele venceu Onaide Santillo (PMDB). Quatro anos depois, Gomide repetiria a dose, daquela feita com muita facilidade e liderou a corrida de ponta a ponta, mesmo com adversários considerados fortes. Depois, deixou a Prefeitura para concorrer ao cargo de Governador de Goiás. Em seu lugar, assumiu o vice João Gomes que, entretanto, não conseguiu se reeleger e interrompeu, assim, a trajetória vitoriosa do Partido dos Trabalhadores.
Fator Roberto Naves
E, um dos mais surpreendentes desempenhos já registrados na política de Anápolis foi a eleição do, então, professor Roberto do Órion, ou Roberto Naves e Siqueira. O cognome “do Órion” é devido ao nome do colégio de sua propriedade. Estreante na política partidária, pois nunca havia disputado qualquer cargo público, Roberto Naves em 2016 entrou de forma meio que imperceptível, quase sempre nas últimas colocações das pesquisas de intenção de votos. Mas, seu vertiginoso crescimento foi espantoso, com a vitória sobre o então, Prefeito João Gomes, candidato à reeleição.
Quatro anos depois, nova disputa (em segundo turno) com o então considerado “imbatível” Antônio Gomide, do PT, campeão de votos como vereador e, dois anos depois, como o deputado estadual mais votado em Anápolis à época. De novo, com uma estratégia diferenciada de campanha, Roberto Naves venceu (e com sobras) a disputa pela prefeitura da segunda mais importante cidade de Goiás. Neste ano de 2024, a pré-candidatura de Antônio Gomide já está colocada. Mas, o confronto com Roberto Naves não será possível, pois o Prefeito se acha em seu segundo mandato consecutivo e uma terceira candidatura é impossível pelo que estipula a Lei Eleitoral.
Mulheres
Chama a atenção nas eleições deste ano, a volta de mulheres na disputa pela Prefeitura. A história mostra que foram poucas as que se candidataram ao longo de todo o tempo, mas, nenhuma, entretanto, se saiu vencedora. Para 2024, até agora, são duas pré-candidatas: Mariane Stival (PDT) e Eerizânia Freitas (Republicanos). No passado concorreram à Prefeitura de Anápolis Edna Oliveira (PC do B) que, entretanto, retirou sua candidatura antes do pleito; Onaide Santillo; Ana Maria Lima e Marisa Espíndola. Igualmente, ao longo de toda a história, Anápolis nunca teve uma vice-prefeita e nem uma Presidente da Câmara Municipal.