Não dá para ganhar em todas as situações. Por isso, muitas vezes, hesitamos decidir. Um provérbio japonês afirma que “o medo de perder não deixa a gente ganhar.”
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Em economia, a relação risco/recompensa é uma métrica utilizada pelos traders para comparar lucro e perda potenciais em investimentos e operações e, para se chegar ao resultado é preciso calcular cada um deles. Esta equação não é precisa e muitas vezes as previsões são extremamente frágeis e equivocadas, trazendo grandes perdas aos investidores.
Mas a relação risco/recompensa não se limita à Economia, pois a Psicologia também emprega a relação, que, inclusive, influencia nossas decisões quando nos perguntamos: O que acontecerá se eu ficar ou se eu for? A relação atinge, ainda, nosso comportamento social: Qual impacto minha decisão provocará em minhas relações interpessoais, em minhas emoções, família e amigos?
Na carreira e na educação, a relação risco/recompensa está presente quando avaliamos os riscos de continuarmos na empresa em que estamos ou de aceitarmos o desafio de um novo trabalho em outro lugar, em outra cidade e etc?
Uma coisa é certa: toda decisão traz um risco inerente em si. O filósofo Jean Paul Sartre, acertadamente, afirmou: “Eu sou a minha decisão.” Uma decisão tomada hoje influenciará meu futuro. Por exemplo: onde vou morar, com quem vou me casar, se vou continuar morando na mesma cidade ou se vou me mudar.
A relação risco/recompensa gera angústia porque toda decisão tem implicações. Ao aceitar uma proposta, quase sempre tenho que recusar outra. Se me casar com a Ana, não poderei me casar com a Andrea. Nem sempre é possível ter o melhor dos dois mundos. A nova abordagem da gestão de riscos considera os riscos também como potenciais recompensas.
O professor Luiz Eduardo Poggi Silva brinca com as ideias colocando-as sob a seguinte perspectiva: “Portanto, recompensa também é risco. Então temos o risco de “recompensa” e risco de “castigo”? Esquisito, não é? Mas é verdade porque o efeito pode ser positivo ou negativo.”
Sempre haverá dois lados para cada interpretação. Esta é a angústia da liberdade. Poder escolher é algo maravilhoso, mas, ao mesmo tempo, desafiador. Sempre haverá risco/recompensa em todos os movimentos.