Com a experiência de vários mandatos (deputado estadual, deputado federal, prefeito de Anápolis e secretário de governo), Adhemar Santillo diz que há somente um caminho para enfrentar, de igual para igual, o senador Marconi Perillo (PSDB) na disputa pelo Governo de Goiás nas eleições deste ano: a candidatura do Prefeito de Goiânia, Íris Rezende Machado, numa composição com o PT. “Se, de tudo, não se viabilizar tal candidatura, fica difícil ganhar. O PT não tem um nome à altura e a candidatura de Henrique Meirelles (Presidente do Banco Central), pelo PMDB, está cada vez mais distante. É certo que o Presidente Lula tem muita influência. Mas, é ele e não o partido. Aliás, o Lula é mil vezes maior do que o PT”, alegou Santillo.
O ex-prefeito disse que, embora Íris Rezende tenha dito, por reiteradas vezes, que o Meirelles poderia ser candidato a qualquer cargo, inclusive o de Governador (para isso Íris abriria mão), a indefinição do Presidente do Banco Central dificulta as coisas. Ele quer até março para se decidir. E ele pode, até, não ser candidato. “O próprio Meirelles vem afirmando que sua permanência à frente do Banco Central está mais próxima da realidade, do que uma candidatura. Agora, se o Presidente Lula fizer questão que ele se candidate, para ter palanque único em Goiás, é outra história. Além do mais, o chefe de Gabinete do Lula, Gilberto Carvalho disse que Meirelles seria um bom candidato”, destacou Adhemar.
Outro assunto aberto por Adhemar Santillo sobre a candidatura de Henrique Meirelles tem causado polêmicas. Segundo ele, “um grupo dentro do PMDB está forçando tal situação porque está descontente com a candidatura da deputada federal Íris de Araújo à reeleição. Se o marido dela, o Prefeito de Goiânia Íris Rezende for candidato ao Governo e, ela, à Câmara Federal, inviabiliza a reeleição de muitos deputados federais do partido. E, pelo que consta, se ela quiser ser candidata, não será o Íris quem vai impedir, com toda a certeza”, declarou Adhemar.
Enigma Íris
Adhemar Santillo disse achar improvável que o Prefeito Íris Rezende concorde com uma candidatura em que o PP esteja apoiando o PT, já que no primeiro, certamente, ele estaria contra o PMDB. Além do mais, o ex-prefeito assegura que se isso acontecer, Íris Rezende pode, inclusive, optar por permanecer à frente da Prefeitura de Goiânia. “Aí fica difícil, quase impossível bater o Marconi (senador Marconi Perillo-PSDB)”, disse Adhemar. Segundo ele, ainda, o senador tucano tem muita força no Governo Alcides e isto facilitaria seu desempenho na disputa eleitoral. “O Governador pode até não apoiar o Marconi, mas ele exerce forte influência em muitas secretarias, na Assembleia Legislativa e em dezenas de prefeituras do Estado. Sem contar que, nas três outras vezes, ele enfrentou o Lula. Agora o Lula não está no páreo e o nome forte para Presidente é o do Governador de São Paulo, José Serra, que é do PSDB, o que facilita, ainda mais, a candidatura de Marconi em Goiás”, declarou.
Senado
“Sou pré-candidato ao Senado pelo PMDB, seguindo uma simples lógica. Nosso partido terá o candidato a Governador e oferecerá a vice ao PT. São duas vagas para o Senado. Uma ficaria com o PMDB e outra para um dos partidos aliados”, disse Adhemar Santillo, reiterando, entretanto, que tudo está dentro das especulações e das suposições. Para ele, enquanto não se definir a candidatura ao Governo, nada pode ser dito com certeza. “Pode ser que nem Íris, nem Meirelles se candidatem. Aí, o PMDB ficaria na obrigação de apresentar outro nome. Só que, com a exiguidade do tempo e a força do senador Marconi, ficaria muito difícil, até, chegar ao segundo turno.
Sobre uma provável terceira via, assunto que vem dominando a mídia goiana ultimamente, Adhemar Santillo disse ser “uma coisa utópica. O eleitorado goiano não tem esse perfil. Se nada de anormal acontecer, a eleição para governador ficará entre o Marconi Perillo e o candidato do PMDB. Fora isso, não há o que discutir”, concluiu Adhemar Santillo.