A cultura woke surgiu na comunidade afro-americana nos Estados Unidos e ganhou projeção mundial nos últimos anos. Originalmente, o termo woke significa estar acordado ou consciente para as questões de justiça social e racial, especialmente em relação ao racismo.
A definição de woke se expandiu e se tornou mais complexa com o tempo. Hoje, o termo é amplamente associado à consciência social e política, bem como a questões como racismo, sexismo, homofobia, desigualdade social e outros tipos de opressão. A cultura woke também está ligada à linguagem inclusiva e tem o objetivo de evitar o uso de expressões consideradas ofensivas ou discriminatórias.
Por que a cultura woke gera tanto debate? Enquanto alguns veem o movimento como essencial para promover justiça social e igualdade, outros o criticam por cancelar pessoas e ideias promovendo um ambiente de intolerância. Qualquer deslize pode levar ao cancelamento, promover a cultura do vitimismo e incentivar as pessoas a se sentirem ofendidas.
Com ênfase na linguagem inclusiva, a cultura woke acaba se transformando em um tipo de censura e restrição à liberdade de expressão. Por essas e outras razões, a cultura woke gera paixões e opiniões radicais, debates acalorados e polarização.
O filósofo Luiz Felipe Pondé se transformou em um forte opositor desse movimento aqui no Brasil. Suas críticas levam em conta o exagero e o radicalismo, já que os adeptos adotam uma postura radical de cancelamento às pessoas e ideias que não se encaixam na visão de mundo do movimento. Pondé critica a adoção excessiva do “politicamente correto” que, segundo ele, limita a liberdade de expressão e impede o debate aberto sobre temas importantes.
Ele também lembra a vitimização, processo em que as pessoas se veem como vítimas de qualquer tipo de crítica e se distanciam da realidade. E isso é algo previsível porque as bolhas ideológicas são criadas onde as pessoas se cercam de opiniões que validam seus preconceitos.
A cultura woke ainda vai gerar muitos debates e discussões. É algo novo em sua essência, mas seus efeitos já podem ser percebidos aqui no Brasil, principalmente, como o judiciário brasileiro se comporta ao julgar questões de forma emocional e ideológica e não de modo essencialmente jurídico. De fato, esse tema já tem ocupado boa parte da agenda política e vai influenciar os debates e a forma como a dinâmica social será construída nos próximos anos.
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