Começou o mês de maio e, junto com ele, se inicia uma série de mobilizações acerca do combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. O tema, de extrema relevância, ganhou ainda mais destaque durante o isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus. Já que a maior parte dos casos acontece dentro de casa.
Para a psicóloga da parentalidade, Rafaella Barbosa, a educação sexual infantil é a principal e mais eficiente ferramenta para evitar o abuso. “Precisamos falar! Essa é a forma mais poderosa no combate e prevenção da violência sexual. Ao tratarmos o assunto, ensinamos a criança o senso de responsabilidade sobre o próprio corpo”, explica a especialista.
Em Anápolis, o aumento expressivo de crimes cometidos contra a criança e o adolescente durante o isolamento social já foi percebido pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Segundo repassado pela corporação, o acréscimo percebido não abrange, somente, a violência sexual, mas, também, casos de outras naturezas, em especial, os de maus tratos contra crianças e, ainda, os de violência doméstica contra as adolescentes, por parte dos companheiros ou namorados.
“Devido ao distanciamento social imposto pela pandemia, às vítimas perderam o contato com canais importantes de detecção das violências, como os professores, colegas de escola, amigos, parentes… pessoas para quem antes as vítimas podiam pedir socorro. Por isso o Maio Laranja é tão importante. Para conscientizar as pessoas. É essencial que cada um de nós esteja atento às mudanças de comportamento que uma criança possa apresentar, não só no nosso núcleo familiar, mas de todos aqueles que venhamos a ter contato”, salienta a delegada Kenia Segantini, titular da DPCA.
A psicologia explica que, nesses casos de abuso e exploração sexual, algumas oscilações no comportamento das crianças e adolescentes são perceptíveis. Entre elas, distanciamento, tristeza, baixa concentração, impulsividade e piora no desempenho escolar. “O agressor culpa a vítima e usa da imaturidade e insegurança do abusado para influencia-lo de que qualquer queixa a respeito da violência será ignorada. Além, claro, das muitas ameaças que usa para estabelecer uma lei do silencio. Por isso, perceber os sinais, através do comportamento é tão importante”, adiciona Rafaella Barbosa.
Na última terça-feira, 04/05, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) participou de uma grande operação, denominada “Meu Zeloso Guardador”, que ganhou repercussão nacional e tirou das ruas mais dois criminosos que utilizavam em seu favor a vulnerabilidade de crianças e adolescentes. Com os indivíduos, a polícia apreendeu equipamentos eletrônicos contendo arquivos de imagens e vídeos de pornografia explícita envolvendo menores.
“Esse é nosso objetivo, fazer cessar ou, pelo menos, diminuir os crimes contra vulneráveis, prendendo esses exploradores. Por esse motivo é tão importante o olhar atento da sociedade. Nosso canal de denúncias está sempre aberto ”, completa Kênia.
A população pode entrar em contato com a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Anápolis através do (62) 3328-2721. Vale ressaltar que as denúncias também podem ser realizadas pelo Disque 100 ou Disque 197 que funciona 24h por dia.