O cidadão mais atento deve se lembrar de que, há quatro anos, nas eleições municipais de 2016, mais de 25 milhões de cidadãos aptos a votar, não compareceram às urnas no primeiro turno. Aquilo significou 17,6% do total de brasileiros. Foi um percentual considerado alto, levando-se em conta que a abstenção vinha em uma crescente que preocupava. Foi a terceira alta seguida de abstenção nas eleições municipais, fenômeno que indicava um aumento do desalento dos eleitores, ou seja, uma menor confiança na política e no valor do seu voto.
Mas, isso não é o pior. Existe uma tendência de um agravamento por conta da pandemia do coronavírus (covid-19. Se bem que, a população anda meio destemida quanto a isso, pois os shoppings, as galerias, os bares e restaurantes já registram movimento parecido com o do pré-pandemia. O balizamento fica para o que ocorreu, recentemente, em outros países que tiveram eleições este ano. Os dados mostram que de 41 pleitos, cerca de 26 (63 por cento) tiveram redução no comparecimento do eleitorado, na comparação com disputas anteriores. Na França, por exemplo, onde o voto não é obrigatório, a abstenção chegou a 40 por cento.
Por certo, não se pode comparar a cultura política dos europeus com a nossa. O brasileiro, em sua essência, é apaixonado por eleições e, espera-se que, este ano, mesmo com a pandemia, os eleitores procurem as urnas para votar. Além do mais, é a grande oportunidade que todos nós temos de mudar as circunstâncias, de mudar os destinos de nosso Município, de nosso Estado e, consequentemente, de nosso País. Já se disse que nenhum fato político é mais importante do que eleição. E, não é mesmo…
É na eleição que temos a grande oportunidade de nos igualar. O voto do rico tem o mesmo peso do voto do pobre, assim como o do negro tem o mesmo peso do voto do branco e do amarelo. O voto do católico tem o mesmo peso do voto do protestante e, assim por diante. O sistema republicano do voto universal, secreto e livre de qualquer constrangimento e de qualquer pressão, é fundamental para o aperfeiçoamento da democracia. Portanto, neste dia 15 de Novembro, domingo, aniversário da Proclamação da República, nada mais justo do que cumprirmos com nosso dever cívico. Vamos todos às urnas.
Em Anápolis, temos oito alternativas de escolher o futuro governante do Município, além de seis centenas de nomes disponibilizados para a montagem da próxima legislatura municipal. Que saibamos escolher o melhor e que vença o melhor. Ou, os melhores, no caso dos vereadores. O que não pode acontecer é nossa retração, nosso desânimo e nossa omissão. Se não elegermos aqueles que entendemos serem os melhores, os que considerarmos piores vão ocupar os lugares deles. E, se isto vier a acontecer, o conserto só será possível (se acontecer) depois de quatro anos. Pensemos nisso.