8 de agosto de 2025. 15 de agosto de 2012. Essas duas datas podem não ter significado algum para grande parte dos anapolinos. Mas, para algumas pessoas, elas se parecem com um livro de história, com começo e fim delineados por um hiato de tempo de quase 13 anos.
No dia 15 de agosto de 2015, o Poder Judiciário recebia a denúncia com envolvidos em na Operação La Plata do Ministério Público do Estado de Goiás, envolvendo 15 pessoas investigadas de terem cometidos vários crimes como corrupção ativa e passiva, peculato, entre outros.
Foi uma longa jornada de batalhas judiciais que, certamente, deixa marcas difíceis de serem removidas da história.
São 15 histórias diferentes. Mas, duas delas, foram contadas em entrevistas concedidas à Rádio Manchester, aos radialistas Orisvaldo Pires e Evaristo Pereira (Vavá), ambas veiculadas na manhã desta quinta-feira (14/8).
O ex-vereador Wesley Silva foi um dos entrevistados e ele narrou em detalhes o dia prisão. Conforme disse, seu mandato estava bem avaliado e sua expectativa era de concorrer à reeleição. A operação, entretanto, brecou esse projeto, porque ele teve de deixar o cargo para poder dedicar-se à defesa.
Wesley lembra que ficou preso mais de 60 dias. Ele teve dificuldade depois de frequentar locais público e relata que perdeu muitos amigos. “Eu até compreendo, era um direito deles”, frisou.
Mas, apesar de tudo, continuou trabalhando para cuidar da família e “segue a vida’ conforme pontuou, e seguiu também o processo desencadeado pela Operação La Plata. Até se passarem quase 13 anos e, agora, no dia 8 de agosto último, veio a sentença do Juiz de Direito, Samuel João Martins, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Anápolis, com a absolvição.
“Alívio”. Nesta simples frase, Wesley resumiu os anos que se passaram e os fatos vividos. Ele afirma que não pretende buscar reparação. Quer, apenas, seguir em frente, sem “nenhum ressentimento”.
Outro caso
Josemar de Melo também entrevistado na Manchester, relatou parte do que enfrentou pós-operação La Plata. Ele era funcionário concursado do Ministério Público e estava sendo investigado por um suposto recebimento de propina ao grupo investigado “que eu nem conhecia”.
Ele ressaltou que ficou surpreso quando a operação bateu à sua porta, “porque nunca recebi nada”.
Josmar conta que travou uma grande batalha para provar sua inocência. Chegou a apelar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a morosidade do processo. Ele também atuou junto à Ouvidoria do Tribunal de Justiça, porque era seu interesse o desfecho da ação, pois em momento algum, conforme ele reafirmou, teve alguma culpa.
Ele teve contra si um processo administrativo, no qual foi inocentado, mas mesmo assim perdeu o seu emprego e passou a receber uma ajuda do governo, por conta de uma deficiência que tem.
“Eu tinha certeza da min há absolvição”, ressaltou Josemar, depois que tomou conhecimento do despacho do magistrado Samuel José Martins. Ao contrário de Wesley Silva, ele estuda com a sua defesa medida para reparação dos danos morais, profissionais e psicológicos que teve durante todos os anos, desde 2012. Mas, arrematou ele: “isso não tem dinheiro que pague”.
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